O senador Flávio Bolsonaro e diversos líderes do PL estão atuando como mediadores na situação. Eles acreditam que retirar Ramagem da disputa pode fortalecer as investigações da Polícia Federal e beneficiar o arqui-inimigo do bolsonarismo no Judiciário, o ministro Alexandre de Moraes. Manter Ramagem na disputa reforça a narrativa de perseguição política.
Até o momento, os mediadores têm sido bem-sucedidos, mas Bolsonaro é imprevisível. Outro fator desestabilizador é o vereador Carlos Bolsonaro, que frequentemente muda de posição.
Por que Bolsonaro quer mudar o candidato?
A possibilidade de trocar Ramagem por Pazuello surgiu após o ex-presidente perder a confiança pessoal no aliado, envolvido no caso da Abin paralela. De acordo com a PF, Ramagem, enquanto chefe da agência brasileira de inteligência, teria ordenado a espionagem ilegal de autoridades dos Três Poderes.
Bolsonaro se decepcionou com Ramagem após a PF encontrar com ele uma gravação de uma reunião, na presença do ex-presidente, na qual se discutiam ações da Abin paralela para ajudar na investigação contra Flávio Bolsonaro por suspeita de rachadinha.
DIA DE FÚRIA
PublicidadeCom “Bolsonaro furioso”, incerteza paira sobre campanha de Ramagem
O ex-presidente mostrou indignação ao ser gravado clandestinamente por uma pessoa de sua extrema confiança
Aos grito, B questionou como o chefe da Abin grava um presidente https://t.co/jCSSoufYGd pic.twitter.com/cKwNJF94Sx
Publicidade— Sérgio PAVArini (@pavarini) July 12, 2024
Após a operação da Polícia Federal na última semana, Bolsonaro pensa em abandonar Ramagem e apoiar o deputado federal e general Eduardo Pazuello, que foi seu ministro da Saúde durante a pandemia de Covid-19. Nas últimas eleições, Ramagem obteve 59.170 votos para deputado federal, enquanto Pazuello conquistou mais de três vezes esse número: 205.324 votos.
A substituição de Ramagem por Pazuello incluiria uma mulher como vice na chapa do general. Entre as possíveis candidatas estão a deputada federal Chris Tonietto, a deputada estadual Índia Armelau e as ex-deputadas Alana Passos e Major Fabiana.
Bolsonaro propôs a substituição durante uma conversa no sábado (13). Há tempo para decidir, pois os partidos têm até o dia 15 de agosto para escolher seus candidatos às prefeituras na eleição de outubro.