Nesta terça-feira (07), o governo brasileiro declarou, durante uma reunião do Conselho de Direitos Humanos da ONU, em Genebra, que se oferece para acolher cidadãos da Nicarágua. Nas últimas semanas, o líder da nação, Daniel Ortega, passou a libertar presos políticos, retirar sua nacionalidade e deportá-los do país.
“O Brasil está preocupado com relatos de sérias violações de direitos humanos e restrições ao espaço democrático naquele país, particularmente execuções sumárias, detenções arbitrárias e tortura contra dissidentes políticos“, disse o diplomata Tovar Nunes, representante brasileiro na reunião.
O Brasil afirmou estar “extremamente preocupado” com a decisão do regime de “tirar a nacionalidade de mais de 300 cidadãos e reafirma seu compromisso humanitário de proteger pessoas apátridas“.
Nunes disse que o Brasil está pronto para explorar maneiras de abordar a situação “de forma construtiva“, conversando com o governo nicaraguense e atores relevantes envolvidos.
A medida vem uma semana depois do governo Lula não ter aderido a uma declaração assinada por 55 países que criticaram duramente Ortega.
Na quinta-feira passada, um relatório de um grupo de especialistas das Nações Unidas acusou o governo nicaraguense de cometer violações sistemáticas dos direitos humanos, as quais constituem “crimes contra a humanidade”.
“Eles são cometidos de maneira generalizada e sistemática por motivos políticos e constituem crimes de lesa-humanidade de assassinato, prisão, tortura, incluindo violência sexual, deportação e perseguição por motivos políticos”, afirmou o especialista independente Jan Simon, citado em um comunicado.
O Brasil não assinou a declaração da ONU condenando a ditadura na Nicarágua @miriamleitao: O governo Lula é um governo da esquerda democrática, ele não pode mais se misturar com a esquerda ditatorial
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— GloboNews (@GloboNews) March 7, 2023