Primeiro Candidato

Bolsonaro no JN: confira como foi a entrevista

A entrevista durou 40 minutos e foi comandada pelos jornalistas William Bonner e Renata Vasconcellos.

Bolsonaro no JN, confira como foi a entrevista
Jair Bolsonaro (PL) foi o primeiro candidato na série de sabatinas do Jornal Nacional (Crédito: Reprodução/TV Globo)

A entrevista do presidente Jair Bolsonaro (PL) ao Jornal Nacional (JN), da Rede Globo, começou com um clima de muita expectativa em relação à postura do chefe do Executivo em um ambiente considerado hostil por sua base de apoio.

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O jornalista William Bonner iniciou perguntando o por quê de Bolsonaro ter xingado ministros do Supremo Tribunal Federal (STF) e também ter afirmado que a eleição corria o risco de não acontecer. Jair Bolsonaro respondeu a pergunta e mentiu ao dizer que não xingou ministros.

“Primeiro, você não está falando a verdade quando fala xingar ministros. Isso não existe, é uma fake news da sua parte. Outra coisa, eu quero transparência nas eleições (…) Se você pode botar uma tranca a mais na sua casa para evitar que ela seja assaltada, você vai fazer ou não?” 

Após a resposta de Bolsonaro, William Bonner reafirmou que a transparência das urnas é constatada por diversas instituições jurídicas, sociais e políticas, e também lembrou que os xingamentos aconteceram e estão gravados.

Seguindo, Bonner perguntou se Bolsonaro não gostaria de assumir, perante milhões de espectadores do JN, um “compromisso eloquente” com a democracia, um compromisso em aceitar, por qualquer que seja, o resultado das eleições. Jair Bolsonaro insistiu em colocar condicionais e repetiu que aceitaria “eleições limpas”.

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“Serão respeitados os resultados das urnas desde que as eleições sejam limpas e transparentes. Como você diz que [as urnas] são auditáveis e em 2014 não aconteceu isso? Mas tudo bem… Vamos botar um ponto final nisso? Tá resolvido, ponto final. Outra pergunta, vamos trocar de assunto. Vamos respeitar o resultado das eleições”, disse Bolsonaro.

Bonner chamou atenção de todos para o compromisso do candidato com o resultado das urnas.

Neste momento, a jornalista Renata Vasconcellos inicia sua participação na entrevista com o tema pandemia. Renata começa sua pergunta dizendo que Bolsonaro imitou pessoas com falta de ar no momento em que o Brasil sofria com mortes por Covid-19.

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“Nos momentos mais dramáticos o senhor imitou pacientes de Covid-19 com falta de ar. Sobre as mortes o senhor disse: E daí? Eu não sou coveiro (…) O senhor não teme ser responsabilizado, se não pelos eleitores, pela história?” 

E Bolsonaro responde:

“Olha, nós compramos mais de 500 milhões de doses de vacina. Só não se vacinou quem não quis. Eu acho que vocês dois se vacinaram. [A vacina foi] Comprada por mim e em tempo bem mais rápido do que outros países (…) Fizemos a nossa parte e o grande erro disso tudo foi um trabalho forte da grande mídia, entre eles a Globo, desestimulando a fazerem o tratamento precoce.”

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Renata relembrou que Bolsonaro não só utilizou de sua “liberdade”, como também “desestimulou” a vacinação, além de suspender a compra de imunizantes da Pfizer. Para finalizar o tema pandemia, Renata Vasconcellos pergunta se Bolsonaro não se arrepende de ter imitado pessoas com falta de ar. O presidente começou a falar sobre economia na pandemia e não respondeu.

“Lamento as mortes, não tem quem não tenha perdido um parente ou um amigo… Lamento as mortes, mas a Covid-19 não poderia ser tratada da forma como começou a ser tratada.”

Bonner fez a próxima pergunta sobre economia. O jornalista pergunta a respeito da inflação, taxa de juros e dólar, que subiram durante o mandato de Bolsonaro. Em sua campanha, o chefe do Executivo tinha dito que reduziria os índices dos três itens.

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“Primeiro, as promessa foram frustradas pela pandemia, por uma seca enorme que tivemos no ano passado e também pelo conflito da Ucrânia com a Rússia. Se você pegar os dados de hoje, você verá o Brasil como talvez o único país do mundo com uma deflação. Um país que vai ter inflação menor do que a Inglaterra ou do que os Estados Unidos. Verá também que a taxa de desemprego tem caído no Brasil. Os números da economia são fantásticos em comparação com o resto do mundo.”

Renata Vasconcellos segue com a entrevista de Bolsonaro no JN e inicia o tema meio ambiente. A jornalista relembra a frase do ex-ministro Ricardo Salles, “passando a boiada”, para questionar o governo que tem a maior taxa anual de desmatamento dos últimos 15 anos. Renata também pergunta ao chefe do Executivo sobre a falta de investimentos em órgãos fiscalizadores como o Ibama.

Sobre a fiscalização e a queima de materiais utilizados por grupos criminosos que desmatam ilegalmente a Amazônia, Bolsonaro responde:

“O que vinha acontecendo é que o material [tratores, balsas] pode ser retirado do local, porque se chegou lá, pode ser retirado, e há o abuso de uma parte (…) [Abuso] Por parte do Ibama. O que diz a lei? Um trator, por exemplo, você tem que tocar fogo se não puder retirar daquele local. O que muitas vezes o pessoal do Ibama faz? Toca fogo mesmo podendo retirar o material de lá.”

“Vamos falar de política”, introduz Bonner. O apresentador pergunta sobre a relação de Bolsonaro com o Centrão, que diz que Bonner o estimula “a ser um ditador”:

“O Centrão são mais ou menos 300 parlamentares. Se eu deixar de lado, vou governar com o quê? Não vou governar com o parlamento. Então, você está me estimulando a ser um ditador (…) No meu tempo não era Centrão, não existia Centrão. No meu tempo, esses partidos que eu já integrei não eram tidos como do Centrão. Agora, o importante. Nós temos um governo sem corrupção. Eu indiquei ministros por critério técnico. Eu não aceitei pressões de lugar nenhum para calar ministros”, respondeu.

Outro assunto tratado na entrevista do Bolsonaro ao JN foi o escândalo no Ministério da Educação e as frequentes trocas de ministros na direção da pasta. Para Bolsonaro, “as pessoas se revelam quando chegam” e, na visão dele, não há nada que incrimine o ex-ministro Milton Ribeiro:

“Por muitas vezes, depois que a pessoa chega, a gente vê que ela não leva jeito para aquilo. Não foi só o da Educação, ele teve a acusação. Ele teve uma ordem de prisão, foi preso inclusive. Agora, conseguiu habeas corpus logo em seguida. Eu fiquei sabendo depois, né, que o Ministério Público do DF foi contra a prisão dele. Por quê? Não tinha nada contra. Se tiver algo hoje em dia, é outra história. Até aquele momento, não tinha nada. A questão de ter dois pastores, um, que estava no gabinete dele, qual o problema?”

Com o tempo de um minuto para todos os candidatos, Jair Bolsonaro encerrou sua participação no JN com suas considerações finais:

“Hoje, você nota que os preços dos combustíveis caíram assustadoramente. Nada de canetada. Com o trabalho nosso junto ao parlamento brasileiro, conseguimos R$ 600 de Auxílio Brasil para 20 milhões de pessoas mais pobres. Conseguimos transposição do São Francisco, que estava parada desde 2012, levando água para o nordeste. Nós pacificamos o MST titulando terras pelo Brasil, e 90% dessas titulações foram para as mulheres. Criamos o PIX, tirei dinheiro de banqueiros fazendo com que a população pudesse se transformar, muitos, em pequenos empresários. O PIX: sem qualquer taxação em cima do PIX. Anistiamos 99% da dívida de um milhão de jovens junto ao FIES”, finalizou o candidato à reeleição.

 

 

 

 

 

 

 

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