análise

Lula no JN: Foco era conquistar o eleitor indeciso

Em entrevista ao Jornal Nacional, Luiz Inácio Lula da Silva (PT) mudou de estratégia e admitiu que houve mensalão e petrolão, mas afirmou que as instituições tiveram liberdade para agir.

Lula é o terceiro entrevistado do JN
(Crédito: Reprodução/TV Globo)

Conquistar o eleitor indeciso: este era o principal foco do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT).  Para este eleitorado estratégico, ele preparou um discurso focado, principalmente no que diz respeito ao combate à corrupção. Assumiu que a prática existiu envolvendo a Petrobras e justificou afirmando que “se a corrupção acontece é porque a liberdade de investigação existe e que a punição exemplar é a única forma de coibir”.

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Além de reforçar a necessidade de mecanismos de controle da corrupção, citou decretos de sigilo do presidente Jair Bolsonaro (PL) que blindam o atual mandatário e seus filhos. Na sequência, Lula criticou o fato de delatores conquistarem privilégios, como penas e sanções reduzidas.

“O que é mais grave é que as pessoas confessaram e, por conta das pessoas confessarem ficaram ricos por conta de confessar. Ou seja, foi uma espécie de uma delação premiada. Você não só ganhava liberdade, por falar o que queria o Ministério Público, como você ganhava metade do que você roubou. Ou seja, o roubo foi oficializado pelo Ministério Público”

Mencionado várias vezes durante a entrevista, o ex-juiz, responsável pela operação Lava Jato em  Curitiba, Sergio Moro, utilizou as redes sociais para demonstrar indignação em relação às respostas de Lula quanto à operação:

Sobre a relação com o chamado “centrão”, pergunta também feita a Bolsonaro, na segunda-feira (22), ele disse que o diálogo é fundamental com todos os partidos separados. Ao falar das relações do executivo com o legislativo, Lula ressaltou um enfraquecimento do adversário no comando do país. Afirmou que “Bolsonaro é refém do congresso nacional. Isso nunca aconteceu desde a proclamação da República”.

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Durante os 40 minutos da entrevista, o nome de seu vice-presidente, Geraldo Alckmin (ex-PSDB e atualmente no PSB)  foi citado diversas vezes, deixando claro que não iria governar sozinho. Um alento a uma parcela do empresariado que ainda teme o Lula, versão metalúrgico da década de 1980. Ao ser questionado sobre a recusa de parte da militância petista em aceitar a escolha do ex-governador de São Paulo como seu vice, Lula disse que o paulista foi aceito de “corpo e alma” pelo PT.

Por fim, a impressão que fica é de um Lula que fez as pazes com a Rede Globo e com parte do público que o rejeitava devido à antiga estratégia de negar veementemente o que, hoje, é uma certeza: a existência de corrupção do governos do PT.

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