O ministro Paulo de Tarso Sanseverino, do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), determinou nesta quarta-feira (5) que as redes sociais apaguem publicações que associam o candidato Luiz Inácio Lula da Silva (PT) ao satanismo. Em caso de descumprimento da determinação, as empresas deverão pagar uma multa diária de R$ 50 mil.
A campanha do petista havia entrado com uma ação no TSE pedindo a remoção de vídeos em que uma pessoa identificada como adepta ao satanismo declara apoio a Lula. O conteúdo tem sido utilizado pela campanha do candidato à reeleição Jair Bolsonaro (PL).
O senador Flávio Bolsonaro (PL), a deputada Carla Zambelli (PL) e outras figuras que apoiam o chefe do Executivo repostaram o vídeo para atacar o presidenciável petista.
A defesa de Lula afirma que o vídeo carrega a “nociva mensagem [de] que os ‘apoiadores do demônio apoiam Lula'”, e também destacou que o autor do vídeo já se mostrou contra a campanha de Lula há pouco tempo.
O ministro do TSE verificou que as publicações questionadas pela campanha do PT transmitem informações evidentemente inverídicas e, portanto, prejudicial à honra e à imagem de candidato ao cargo de presidente da República nas eleições 2022.
“Não há vedação legal ou constitucional para o exercício da liberdade religiosa, seja qual for a crença, mas é inadmissível associar a imagem de terceiro candidato ao cargo de presidente da República a determinada religião ou ideologia sem o seu consentimento, notadamente no ambiente digital e durante o período crítico das eleições, em que a disseminação de desinformação acontece com estrema velocidade e alto potencial danoso”, afirmou o ministro em seu parecer.
No dia 3/10, os bolsonaristas divulgaram uma montagem falsa associando Lula ao satanismo
No dia 4/10 uma reação dos lulistas associando Bolsonaro à maçonaria (c/algumas montagens e imagens de fato reais)
A maçonaria tomou mt + volume
Td isso aparece em dados. @GoogleTrends 👇 pic.twitter.com/kqL3neDj1S
— Gabriel Zanlorenssi (@gzanlorenssi) October 5, 2022