Atos Golpistas

Ex-chefe de operações da PM-DF fala a CPMI Atos Golpistas

Coronel Jorge Naime apresentou atestado médico para não depor, mas recua e decide falar na comissão

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(Crédito: Jefferson Rudy/Agência Senado)
O coronel da Polícia Militar do Distrito Federal, Jorge Eduardo Naime Barreto, apresentou atestado médico para não prestar depoimento à CPMI dos Atos Golpistas de 8 de Janeiro de 2023. Mas ele recuou e decidiu falar a comissão.

Abin

Em depoimento, o ex-chefe de operações da PM de Brasília disse que a Agência Brasileira de Inteligência (Abin) informou sobre as invasões em prédios públicos, ainda pela manhã.

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“O que me causa estranheza é que no dia 8 às 10h da manhã, a Abin informa claramente que estava confirmada uma invasão de prédios públicos, e isso foi relatado”.

“Ao não informar que havia essas informações, eles cegaram os comandantes que estavam nesse grupo. Das duas uma: ou as inteligências não informaram seus chefes, ou tiveram informações às 10h da manhã e não tomaram providência”, completou Naime.

Acampamentos

Quanto aos acampamentos no Quartel General (QG) do Exército, em Brasília, de onde os golpistas se organizaram para realizar o ato que depredou os prédios na Esplanada dos Ministérios no dia 8 de janeiro. Naime apontou que a ação da Polícia Militar no acampamento sempre foi limitada pelas Forças Armadas.

“A gente não tinha esse acesso para entrar com policiamento, para efetuar prisão, para retirar ambulante, para poder fazer prisões”, disse Naime à relatora do colegiado, senadora Eliziane Gama (PSD-MA).

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Quando questionado pela senadora sobre a presença de policiais militares do Distrito Federal, descaracterizados, dentro dos acampamentos para descobrir informações relevantes do que acontecia dentro do QG, o coronel respondeu:

“Para a senhora entender como era a questão da PM dentro do acampamento. Até o risco que os meus agentes corriam se eles fossem plotados, encontrados, identificados”, afirmou.

Naime admitiu que esteve no acampamento. “Eu estive, sim, estive no acampamento várias vezes, sempre de serviço, nunca estive no acampamento na minha hora de folga, nunca estive no acampamento me manifestando, eu sempre estive no acampamento de serviço”.

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“Sempre no sentido de ter mais informações para a inteligência, dar mais informações para o comandante-geral, ter mais informações para fazer o planejamento, estava muito preocupado com o dia 1º de janeiro, que era a posse presidencial”, afirmou Naime.

Atraso

Mais cedo o presidente da CPMI 08/01, deputado Arthur Maia (PP-BA), solicitou que uma junta médica do Senado fizesse uma avaliação do depoente.

Habeas Corpus

Naime havia ingressado com habeas corpus no Supremo Tribunal Federal (STF) para adiar o depoimento, mas o ministro Alexandre de Moraes obrigou o comparecimento, apesar de permitir que ele pudesse ficar calado. Ele está preso desde janeiro e destacou que não estava em perfeitas condições mentais para dar o seu depoimento.

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Jorge-Naime
Ex-chefe do Departamento de Operações, Coronel Jorge Eduardo Naime (PM-DF/Divulgação)

O coronel é investigado no inquérito do Supremo Tribunal Federal (STF) que apura possíveis omissões de autoridades pelos atos do dia 8 de janeiro, em Brasília.

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