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Michelle Bolsonaro afirma que irá sugerir alterações no ‘PL Antiaborto’

Ex-primeira-dama sugeriu que projeto incluísse penalizações aos que ajudarem durante o procedimento ao invés de punições a mulheres estupradas

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Michelle Bolsonaro diz que pedirá revisões sobre o PL antiaborto – Créditos: Reprodução/Instagram

A ex-primeira-dama Michelle Bolsonaro demonstrou opiniões contrárias ao texto no “PL Antiaborto”. Através de um vídeo publicado nas redes sociais nesta segunda-feira (24), ela afirmou não concordar com a penalização das mulheres que interromperem sua gravidez após 22 semanas de gestação. Por outro lado, Michelle defendeu a punição de quem realizar o procedimento.

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“Mesmo se tratando de adultos, na minha visão, alguns pontos do projeto de lei precisariam ser melhor abordados e outros necessitariam ser reformulados com a cuidadosa observância de que a mãe, vítima de estupro, e o bebê não podem ser penalizados com as eventuais alterações da lei”, disse. “Os legisladores devem encontrar formas de impedir o aborto punindo o aborteiro e sem penalizar a mulher que foi vítima de estupro e engravidou por causa desta barbaridade”.

Hoje, Michelle é presidente do PL Mulher. Durante o vídeo, a ex-primeira-dama afirmou que irá falar com o autor da proposta, o deputado federal Sóstenes Cavalcante (PL-RJ). De acordo com a versão original da proposta, o aborto após 22 semanas de gestação poderia ser equiparado ao genocídio, gerando uma pena de até 20 anos de prisão.

Dentre os pontos defendidos por Michelle para a revisão do projeto estão o aumento de pena para estupradores e a castração química. Além disso, sugeriu a apresentação de boletins de ocorrência para a realização do aborto legal. “A mulher vítima do estupro passa por uma experiência horrível e isso deve ser seriamente considerado, com empatia, quando se vai julgar quaisquer condutas de sua parte que são, na maioria das vezes, atos de desespero”, disse.

Nos comentários da publicação, a ex-primeira-dama recebeu apoio da deputada Carla Zambelli (PL-SP). “Conte comigo, já que sou coautora do projeto“, escreveu. A parlamentar afirma que algumas das sugestões de Michelle já estão previstas na revisão do PL.

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Após a repercussão nacional contrária, o projeto de lei deve ser discutido somente no segundo semestre, de acordo com o presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL). O deputado disse que uma comissão representativa iria iniciar o debate sobre o texto.

Críticas de Michelle a Lula

A esposa do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) também relembrou e criticou uma declaração dada pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT). Durante entrevista ao jornal CBN, descreveu o feto de um estupro como um “monstro”.

“Quem está abortando são meninas de 12, 13, 14 anos, é crime. É crime hediondo. O cidadão estuprar a menina e depois querer que ela tenha um filho. Um filho de monstro”, disse ele em 18 de junho. “A menina é obrigada a ter um filho de um cara que estuprou ela? Que monstro vai sair do ventre desta menina?”.

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Em referência ao termo, Michelle rebateu: “Neste doloroso impasse, ao contrário do que o atual presidente, disse o ‘monstro’ nunca será o bebê resultante do estupro, nem a mãe violentada. O ‘monstro’, Lula, é o estuprador”.

 

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