Um estudo publicado pelo Instituto Brasileiro de Opinião Pública e Estatística (IBOPE), demonstrou que cerca de 65% dos brasileiros tem baixa qualidade de sono. Além disso, apenas 7% procuram ajuda médica. A pesquisa revelou ainda, que cerca de 34% dessas pessoas afirmam ter insônia, mas somente 21% têm o real diagnóstico da doença.
Para o psicólogo André Barbosa, o cenário do país não surpreende porque o Brasil está no ranking de conectividade diária na internet e é um dos maiores consumidores de café do mundo. “Culturalmente, vivemos um momento de muita exposição, somos um país com muito sol, estamos em um momento político complexo e tudo isso acaba por afetar a qualidade do sono”, detalha o especialista.
De acordo com ele, outros fatores culturais como a própria gastronomia brasileira rica em termogênicos como pimenta, guaraná e açaí, por exemplo, e o hábito de praticar atividade física no período da noite, também podem ser considerados como questões que afetam uma boa noite de sono.
“Existe um vasto leque nas causas do aumento da baixa qualidade de sono dos brasileiros”
O psicólogo alerta que dormir mal implica no aumento do hormônio do estresse: o cortisol. “Se eu durmo mal, meu cérebro interpreta que eu tenho que ficar em estado de alerta, é isso que causa o sono leve”, afirma. Essa condição faz com que quadros de ansiedade sejam mais constantes, o sono se torna insuficiente para descansar e a mente das pessoas fica extremamente acelerada. Isso pode gerar um maior consumo de alimentos calóricos ou o desenvolvimento de compulsões. “Se isso se mantiver por muito tempo, não conseguiremos identificar se a ansiedade desencadeia o distúrbio do sono ou se é o contrário”.
Para tentar entender e melhorar esse cenário, o especialista desenvolveu um livro com as principais técnicas para melhorar as noites de sono. “Não dá para ter saúde mental sem ter uma boa qualidade de sono”, defende.