A remissão de um câncer refere-se à redução ou desaparecimento dos sinais e sintomas da doença após o tratamento. Ela pode ser parcial, quando apenas parte dos sinais são eliminados, ou completa, quando não há mais evidências da doença nos exames médicos. Acompanhar a remissão é fundamental, pois mesmo após o tratamento inicial, o câncer pode retornar.
Para pacientes como Preta Gil, que enfrentou o câncer no intestino, a vigilância após a remissão é crucial. Embora a remissão indique que o tratamento foi eficaz, o risco de recidiva exige cuidados contínuos. Esse monitoramento é especialmente importante nos cinco primeiros anos após a alta do tratamento, de acordo com o oncologista Jorge Abissamra, à Caras.
A recidiva do câncer ocorre quando a doença retorna após um período de remissão. Os especialistas indicam que os dois primeiros anos após o término do tratamento são críticos, sendo o período em que há maior probabilidade de retorno da doença.
“Então, quando a gente termina um tratamento, esses primeiros dois anos é quando a maioria das doenças voltam, que foi o caso da Preta Gil, ela terminou com menos de dois anos de tratamento. De dois a cinco anos, a chance da doença voltar mais é menor. Depois de cinco anos, as chances diminuem consideravelmente. Eu já tive pacientes que depois de 17 anos a doença voltou. Não é o habitual, não é comum isso acontecer, mas pode acontecer. Por isso que um paciente oncológico tem que ficar para o resto da vida sendo monitorado”, explicou o oncologista.
Além dos fatores biológicos, o tipo e estágio inicial do câncer também influenciam significativamente no potencial de recidiva. Por exemplo, se o câncer não for detectado precocemente, especialmente em casos não iniciais, as chances de retorno aumentam consideravelmente.
Como o acompanhamento médico ajuda na prevenção da recidiva do câncer?
O acompanhamento médico regular é uma peça fundamental na prevenção da recidiva do câncer. Esse processo envolve consultas frequentes, exames de imagem e laboratoriais, que permitem detectar o ressurgimento da doença de forma precoce. Para pacientes oncológicos, mesmo alcançando a remissão, a alta médica nunca é definitiva.
Nos primeiros dois anos após o tratamento, consultas trimestrais são comuns. Depois dos dois anos, geralmente espaçam-se para avaliações semestrais até completar cinco anos. Após este período, é recomendado um acompanhamento anual. Essa prática garante uma vigilância constante, aumentando as chances de sucesso no novo tratamento, caso a doença retorne.
O diagnóstico precoce realmente salva vidas?
O diagnóstico precoce é um dos fatores mais impactantes na luta contra o câncer. Detectar a doença em seus estágios iniciais pode aumentar consideravelmente as chances de cura. Além de facilitar o planejamento do tratamento, que pode ser menos agressivo e mais eficaz, ele possibilita a realização de intervenções médicas antes que o câncer se espalhe pelo corpo.
“O diagnóstico precoce de fato salva vidas e diminui a chance de ter recidivas como a Preta teve. Talvez, quando ela teve o diagnóstico, talvez, não sei detalhes do caso, mas não era uma doença tão inicial e é por isso que a doença voltou”, alertou o oncologista.
Uma autoavaliação regular e atenção aos sinais do corpo desempenham um papel crucial nesse aspecto. Ignorar sintomas pode atrasar o diagnóstico, comprometendo a eficácia do tratamento. Assim, campanhas de conscientização sobre os sinais precoces do câncer são essenciais para incentivar essa prática.
Por que é importante monitorar a saúde mesmo após décadas de alta?
A vigilância contínua da saúde após décadas de alta médica é fundamental devido à possibilidade, ainda que reduzida, de retorno do câncer. Casos de recidiva após muitos anos, embora raros, são registrados e mostram a importância desse monitoramento. Um acompanhamento regular nos permite agir rapidamente diante de qualquer sinal de reativação da doença.
Portanto, o manejo adequado de pacientes que estiveram em tratamento oncológico envolve um compromisso vitalício com exames e consultas regulares. Este cuidado permite, não apenas aumentar a sobrevida, mas também a qualidade de vida dos pacientes mesmo após anos da remissão inicial.