O líder supremo do Talibã no Afeganistão, Hibatullah Akhundzada, ordenou que os juízes apliquem plenamente a lei islâmica, incluindo execuções públicas, apedrejamento, chicotadas e amputação como punição para criminosos. A ordem acontece poucos dias depois do líder aprovar vários decretos que restringem as liberdades das mulheres.
Numa mensagem divulgada através da rede social Twitter, o porta-voz do Talibã, Zabihullah Mujahid, indicou que essa ordem “obrigatória” emana do líder supremo do grupo fundamentalista, após uma reunião com o Judiciário.
عالیقدر امیرالمؤمنین در یک نشست با قاضیان:
ــ دوسیه های دزدان، اختطافچیان و فتنه گران را به گونه دقیق برسی نماید.
ــ آن دوسیه ها که در آن تمام شرائط شرعی حد وقصاص تکمیل شده باشد، شما مکلف هستید که درآن حدود و قصاص را عملی نماید،
زیرا این حکم شریعت و امر من می باشد که واجب است.— Zabihullah (..ذبـــــیح الله م ) (@Zabehulah_M33) November 13, 2022
Akhundzada não foi filmado ou fotografado em público desde que o Talibã retomou o poder em agosto de 2021. Ele governa o país por decreto de Kandahar, cidade do sul e berço desse movimento fundamentalista.
“Examine cuidadosamente os casos de ladrões, sequestradores e desordeiros”, escreveu o porta-voz, citando as palavras do líder supremo sobre a aplicação da Sharia, a lei islâmica. “Nos casos em que se cumpram todas as condições estabelecidas pela Sharia, estão obrigados a aplicar [o conjunto de sanções previstas]”.
O líder supremo fez referência a crimes considerados os mais graves pela lei islâmica, para os quais são previstas penas diferentes, incluindo castigos corporais. Na lista estão adultérios, falsas acusações de que um terceiro cometeu esse delito, mas também consumo de álcool, roubo, apostasia (abandono da fé) e rebelião.