CONTROLE FITOSSANITÁRIO

Moradores da cidade podem ajudar no controle de doenças em vegetais e animais

Algumas enfermidades em animais são de notificação obrigatória por qualquer cidadão, como a gripe aviária e a febre aftosa.

Moradores da cidade podem ajudar no controle de doenças em vegetais e animais
A febre aftosa, influenza aviária, peste suína africana, entre outras, são exemplos de doenças que devem ser notificadas também por moradores da cidade (Crédito: Canva Fotos)

Moradores da cidade também podem ajudar no controle de doenças em vegetais e animais. De acordo com normas do Ministério da Agricultura e Pecuária (Mapa), doenças em plantas não são de notificação obrigatória, mas algumas patologias em animais são obrigatórias.

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A febre aftosa, influenza aviária, peste suína africana são exemplos, entre outras. Essas três enfermidades são consideradas ausentes do país, por isso é importante o monitoramento constante e realizar a notificação para evitar a introdução, inclusive por parte de moradores das cidades.

A auditora fiscal agropecuária do Serviço de Fiscalização de Insumos e Sanidade Vegetal (Sisv) da Superintendência Federal de Agricultura no Estado de São Paulo (SFA-SP), Mariana Teixeira Filipputti, disse que é mais comum as notificações partirem de pesquisadores ou mesmo de produtores rurais que procuram agrônomos para avaliar possíveis danos nas plantas.

O Mapa definiu por instruções normativas as regras para a notificação de ocorrência de praga exótica no país (IN 2/2002) e atualizou a lista de doenças passíveis da aplicação de medidas de defesa sanitária animal (IN 50/2013), que obrigatoriamente devem ser notificadas. A sensibilização de moradores é uma estratégia importante, que pode contribuir para evitar grandes prejuízos envolvendo a produção agropecuária do país.

Para isso, é comum o Mapa promover campanhas de orientação sempre que alguma ameaça se aproxima. No ano passado, houve um grande esforço para explicar aos brasileiros os riscos da peste suína africana (PSA), uma doença que ainda não chegou ao Brasil, mas já foi diagnosticada na República Dominicana e Haiti. Neste início de 2023, a preocupação maior é com a influenza aviária, também conhecida como gripe aviária, já diagnosticada em países vizinhos.

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PROCEDIMENTO DE NOTIFICAÇÃO

Sempre que um cidadão desconfiar de alguma praga ou doença em plantas ou animais de produção, o protocolo consiste em procurar os serviços oficiais da agropecuária mais próximos. Pode ser uma Casa da Agricultura ou uma representação da defesa agropecuária estadual. O contato pode ser presencial, por telefone ou pela internet.

No caso de doenças envolvendo animais, o Mapa lançou em 2020 o e-Sisbravet, um sistema que permite ao serviço oficial acompanhar todo o processo – da notificação à confirmação ou não da doença. Para o cidadão, a vantagem é que se trata de mais um canal de notificação, de fácil acesso e usando formulário padronizado.

A auditora fiscal do Serviço de Fiscalização de Insumos e Saúde Animal (Sisa) em São Paulo, Daniele Cavalcante, detalha que esse sistema concentra as notificações do Brasil todo. “Sempre que uma notificação é inserida, ocorre uma comunicação automática aos escritórios locais de defesa agropecuária”, afirmou. Se a suspeita tiver fundamento, um profissional do serviço público, que comparecerá ao local para a verificação, fará a coleta da amostra e enviará ao laboratório oficial do Mapa.

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O sistema facilitou o controle sanitário, mas ainda precisa ser mais conhecido e utilizado. No Estado de São Paulo, foram inseridas 15 notificações de suspeita de febre aftosa em 2022. “É importante que as pessoas sejam sensibilizadas para notificar e que os serviços oficiais de veterinária funcionem”, explicou Daniele.

SINTOMAS DA GRIPE AVIÁRIA

Notificações de suspeitas de influenza aviária são mais comuns. Qualquer situação como as descritas a seguir deve ser comunicada ao serviço oficial:

– Alta mortalidade em um lote de aves (maior ou igual a 10% em até 72 horas);

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– Mortalidade excepcional (súbita e elevada) em aves de subsistência, de exposição, de ornamentação, de companhia ou silvestre;

– Sinais clínicos como andar cambaleante; torcicolo; dificuldade respiratória; diarreia;

– Queda súbita igual ou maior a 10% na produção de ovos e aumento de ovos malformados; e

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– Redução drástica dos índices zootécnicos.

Havendo identificação dos sinais mencionados ou alta mortalidade de aves, o cidadão deve notificar imediatamente a Unidade Veterinária Local do Serviço Veterinário Oficial mais próxima ou comunicar pelo e-Sisbravet, segundo o Mapa.

 

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