O I Tribunal do Júri da Capital condenou Fred Henrique Lima Moreira a 17 anos e nove meses de prisão, em regime fechado, por tentativa de feminicídio e tortura contra a jornalista Ana Luiza Dias, conhecida como Luka Dias. Em abril de 2022, ela foi mantida em cárcere privado por três dias no apartamento do ex-namorado, em Copacabana. Nesse período, foi brutalmente agredida até conseguir escapar do local aproveitando um momento de distração do acusado.
O julgamento, que durou mais de nove horas, foi presidido pela juíza Alessandra da Rocha Lima Roidis. A magistrada determinou que Fred Henrique continuará preso, sem o direito de recorrer em liberdade. Segundo a decisão, o réu já estava em prisão preventiva e não apresentou motivos que justificassem a mudança de regime. “O acusado pode querer se esquivar da aplicação da lei penal, agora mais certo do que antes desta sentença condenatória”, escreveu a juíza em sua sentença.
Histórico de violência do acusado inclui crimes graves
Após as agressões, Luka passou por uma série de intervenções médicas, incluindo uma cirurgia no maxilar, devido aos graves ferimentos sofridos. A violência deixou sequelas físicas e emocionais. Durante o relacionamento de oito meses com Fred, ele já havia demonstrado um comportamento agressivo e manipulador. O histórico criminal dele incluía diversas ocorrências, como violência doméstica, tráfico de drogas, porte ilegal de arma e ameaças.
As agressões começaram em dezembro de 2021, quando o acusado atacou Luka pela primeira vez. A violência se intensificou em abril de 2022, quando ele a acusou de traição e a golpeou com um cassetete em várias partes do corpo. No dia seguinte, ao tentar pedir ajuda, Luka foi submetida a novos atos de crueldade. Ela levou um mata-leão e foi arremessada ao chão, recebendo golpes na cabeça até desmaiar.
Apesar de ter conseguido escapar, Luka ainda foi ameaçada por Fred, que lhe enviou mensagens enquanto ela se recuperava no hospital. “Um dia tu sai, hospital não é eterno”, dizia uma das mensagens. Mesmo assim, a jornalista conseguiu reconstruir sua vida e passou a se considerar uma sobrevivente. Em entrevista ao jornal O Globo em 2022, ela desabafou sobre sua força e a importância do apoio da polícia: “Não somos o sexo frágil, somos o sexo forte, somos imbatíveis!”, declarou Luka.
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