Morte em Ipanema

Justiça solta cônsul alemão preso pela morte do marido no Rio

Uwe Herbert Hahn já tinha feito um pedido de liberdade, que foi negado pela mesma desembargadora que concede-lhe liberdade.

Justiça solta cônsul alemão preso pela morte do marido no Rio
(Crédito: Reprodução)

Nesta quinta-feira (25), a 2ª Câmara Criminal do Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro concedeu liberdade para o cônsul alemão Uwe Herbert Hahn que estava preso pela morte do seu marido, o belga Walter Henri Maximilien Biot, no dia 5 de agosto. Hahn deixou a Casa do Albergado Crispim Ventino, em Benfica, na Zona Norte do Rio, nesta sexta-feira (26). 

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De acordo com informações do g1, no início do mês, o cônsul já tinha feito um pedido de liberdade, que foi negado pela desembargadora Rosa Helena Penna Macedo Guita. Na época, ele pedia a revogação da prisão alegando ausência de flagrante e afirmando que houve inviolabilidade pessoal e invocando a Convenção de Viena para o seu posto de cônsul. A desembargadora negou as acusações em documento assinado no dia 9 de agosto:

“No que tange à alegação de ausência de situação flagrancial, os autos carecem de elementos suficientes à análise da liminar pleiteada. Além do mais, examinando-se o decreto de prisão preventiva, datado de 07/08/2022, verifica-se que a motivação nele contida é concreta e objetiva, apresentando-se, em princípio, idônea, já que demonstrada a presença do periculum libertatis. Ressalte-se que o Decreto n.º 61.078/67, que promulgou a Convenção de Viena sobre Relações Consulares e invocado pelo impetrante, admite expressamente no seu artigo 41º a decretação de prisão preventiva de funcionários consulares, desde que por crime grave e por autoridade judiciária competente, o que corresponde à hipótese dos autos. Por tais razões, não vislumbrando qualquer ilegalidade flagrante, indefiro a liminar pleiteada”

Na decisão desta semana,  Rosa Helena alegou que houve “flagrante excesso de prazo para a propositura da ação penal”, deferindo o relaxamento da prisão.

Dia 5 de Agosto 

Em depoimento, o cônsul contou que enquanto estava na cozinha preparando uma massa, o Walter, em meio a um surto, tropeçou no carpete e caiu com o rosto no chão e fez alguns barulhos, que ele não soube informar se seriam gemidos ou de dor.

Uwe disse que ficou desesperado, chegou a dar um tapa nas nádegas de seu marido para tentar reanimá-lo e depois foi até a portaria para pedir ajuda ao porteiro, que acionou o Samu.

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A prisão

O cônsul Uwe Herbert Hahn afirma que o marido, no apartamento do casal em Ipanema, sofreu um mal súbito na noite de sexta-feira (5), bateu a cabeça e morreu. Mas o laudo do IML (Instituto Médico Legal) constatou inúmeros ferimentos na cabeça e no corpo de Biot, o que levou a um traumatismo craniano. No dia 7 de agosto, Uwe teve sua prisão em flagrante convertida para preventiva por suspeita.

O caso foi registrado na 14ª DP (Leblon). A perícia da Polícia Civil foi chamada e encontrou situações suspeitas no lugar. O apartamento havia sido limpo por uma secretária do cônsul, que justificou a limpeza usando um cachorro que estaria lambendo poças de sangue. Os peritos também detectaram manchas de sangue em uma poltrona, que parecia ter sido recém-lavada.

Na delegacia, Uwe disse à polícia que o marido estava triste porque o casal estava de mudança para o Haiti, os dois estavam juntos há 23 anos, e moravam quatro anos no Rio. Walter faria 53 anos no próximo sábado. 

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