
Sebastião Curió Rodrigues de Moura, tenente-coronel da reserva e conhecido como “Major Curió”, morreu na madrugada desta quarta-feira (17), aos 87 anos, no Hospital Santa Lúcia, em Brasília. A morte foi confirmada pelo hospital para a rede CNN.
Major Curió ficou conhecido por comandar a repressão militar contra a Guerrilha do Araguaia, organizada por militantes armados que eram contra a ditadura militar e se organizavam pela região. O conflito aconteceu nos anos 70, quando muitos guerrilheiros foram capturados, torturados, executados e depois desapareceram.
A Comissão Nacional da Verdade, que apura crimes cometidos durante a ditadura militar no Brasil, classifica Curió como um dos 377 agentes do Estado que praticaram crimes contra os direitos humanos. O tenente-coronel da reserva chegou a ser um agente infiltrado da ditadura militar. O militar se passou por um engenheiro civil do Incra para entregar militantes oposicionistas.
Em 2020, o presidente Jair Bolsonaro (PL) recebeu Curió no Palácio do Planalto e, após a visita, a Secretaria Especial de Comunicação (Secom) fez um post onde intitulava Major Curió como “herói”.
Major Curió morreu, aquele que deu ordens para executar pessoas que lutavam contra a ditadura na Guerrilha do Araguaia, em um país sério ele teria morrido na cadeia pois seria condenado a altas penas. Lembraremos de suas vítimas e repudiaremos a memória de um militar genocida.
— Luciana Boiteux (@luboiteux) August 17, 2022