A Fiat Titano, a mais recente incursão da montadora italiana no segmento de picapes médias, foi lançada no último mês de março. Com uma proposta de preço mais acessível em comparação com seus concorrentes, como Toyota Hilux, Ford Ranger e Chevrolet S10, a picape almejava capturar uma fatia do mercado dominada pelas versões de entrada desses modelos.
No entanto, as expectativas contrastam com a realidade das vendas, que têm sido decepcionantes. Desde seu lançamento, apenas 233 unidades foram comercializadas em quase três meses, sendo que em abril o número minguou para meras 43 vendas.
A gente não prometeu nada, mas entregou tudo com o enigma dos emojis da nova Fiat Titano. E o @DhioneJhon foi o sortudo que desvendou e levou uma picape novinha pra casa. 🏆 Se liga nessa história. pic.twitter.com/HRLxWjz62C
— Fiat Automóveis (@FiatBR) April 16, 2024
Por que a Fiat Titano não ‘engrenou’?
Segundo relatos de concessionárias da marca, a Titano inicialmente gerou considerável interesse, com uma enxurrada de clientes interessados e pedidos de compra. No entanto, a falta de disponibilidade nas lojas rapidamente dissipou esse entusiasmo. Um revendedor da Fiat lamenta: “A Titano despertou muita atenção inicialmente. Tivemos muitos clientes interessados e pedidos feitos, mas a falta de produtos disponíveis nas lojas está levando à perda de interesse.” A escassa presença da picape nas ruas também contribui para o esquecimento por parte dos consumidores.
A Stellantis, conglomerado que controla a Fiat, aponta os desafios logísticos decorrentes de um impasse na importação como um fator crucial para o desempenho aquém do esperado. A Titano, importada do Uruguai e montada com peças fabricadas na China, está sofrendo com atrasos significativos devido a uma paralisação no Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama).
O Ibama, responsável pelo licenciamento ambiental dos veículos importados para o Brasil, tem enfrentado uma “operação tartaruga” de seus servidores desde o início do ano, resultando em atrasos substanciais na emissão das licenças necessárias para a comercialização dos veículos. Essa desaceleração impacta diretamente o tempo de importação, com mais de 40 mil unidades acumuladas nos portos aguardando documentação em março, e a Titano figura entre os afetados.
A Stellantis expressa preocupação com os impactos dessa situação em suas operações, alertando para o risco de cancelamento de pedidos e ressaltando a importância de uma resolução rápida do impasse. Outras montadoras, como a Nissan, também reconhecem os desafios enfrentados devido à morosidade nas liberações de importação.