no rio de janeiro

70 anos atrás: Como foi a morte de Getúlio Vargas?

Há 70 anos, Getúlio Vargas deu fim à própria vida: era o desfecho de uma crise política e militar que atingiu o ápice nos dias anteriores à tragédia

Há 70 anos, Getúlio Vargas deu fim à própria vida: era o desfecho de uma crise política e militar que atingiu o ápice nos dias anteriores
Há 70 anos, Getúlio Vargas deu fim à própria vida: era o desfecho de uma crise política e militar que atingiu o ápice nos dias anteriores – Crédito: Domínio Público / Governo do Brasil

Na manhã de 24 de agosto de 1954, poucos minutos após os relógios marcarem 8h30 da manhã, um barulho alto e seco de tiro ecoou por todo o Palácio do Catete, então sede do governo federal, no Rio de Janeiro.

Publicidade

O estampido vinha do terceiro andar do palácio, onde ficavam os aposentos do presidente Getúlio Vargas. Assustados com o barulho, seus filhos, Lutero e Alzira, e a esposa, Darcy, correram em direção ao quarto presidencial. Era tarde demais. O mandatário do país, enfim, cumpria sua profética declaração estampada, no dia anterior, na manchete do jornal Última Hora: “Só morto sairei do Catete!”.

Naquela manhã fatídica, sete décadas atrás, Getúlio estava deitado, com meio corpo para fora da cama. No pijama listrado, em um buraco chamuscado por pólvora bem na altura do coração, se espalhava uma mancha vermelha de sangue. O revólver Colt calibre 32, com cabo de madrepérola, jazia caído ao seu lado, conforme descreve o jornalista e escritor Lira Neto no terceiro volume da biografia Getúlio (Companhia das Letras).

“Joguei-me sobre ele, numa última esperança”, escreveu Alzira, anos depois. “Apenas um leve sorriso me deu a impressão de que ele me havia reconhecido”, completou a filha, influente conselheira do pai e que acompanhava o dia a dia do Catete a ponto de enfrentar cara a cara ministros e auxiliares, cujas ações e relações com o chefe passavam longe da lealdade esperada de um integrante de primeiro escalão.

O tiro no coração era o desfecho fatal de uma grave crise política e militar que havia começado meses antes e atingido o ápice nos dias anteriores à tragédia. O governo Vargas se esfarelava diante das denúncias de corrupção e os ataques proferidos pela imprensa e políticos, em especial pelo principal líder da oposição e do partido oposicionista, a União Democrática Nacional (UDN): o jornalista e deputado federal Carlos Lacerda.

Publicidade

*Matéria publicada originalmente em Aventuras na História

Assine nossa newsletter

Cadastre-se para receber grátis o Menu Executivo Perfil Brasil, com todo conteúdo, análises e a cobertura mais completa.

Grátis em sua caixa de entrada. Pode cancelar quando quiser.