TENSÃO

Bullrich reúne assinaturas do PRO a favor de Javier Milei e contra a “chantagem” de Ignacio Torres

O documento surgiu após ela ficar preocupada com a escalada deste confronto e do enfraquecimento do apoio a Milei dentro do partido

O documento surgiu após Bullrich ficar preocupada com as ramificações deste confronto e enfraquecimento do apoio a Millei dentro do partido
Patricia junto de Millei – Créditos: Reprodução/ X

A ministra de Segurança Pública da Argentina, Patricia Bullrich, movimentou, neste fim de semana, o PRO (o partido Proposta Republicana) logo após governadores do partido se unirem a Ignacio Torres, governador de Chubut. Esta é uma das 13 províncias argentinas que protestam contra o governo de Javier Milei. Torres, quando confrontado pelo Governo, ameaçou não enviar mais nenhum barril de petróleo caso Milei insista com a retenção de recursos que, segundo ele, pertencem à península.

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Preocupada com a escalada deste confronto e do enfraquecimento do apoio a Javier Milei dentro do partido, inclusive por parte do chefe de Governo de Buenos Aires, Jorge Macri, Bullrich redigiu um documento no qual fala de uma “chantagem”. Logo, começou a coletar assinaturas do partido.

Torres, que recebeu apoio de quase todos os governadores do país, incluindo os conservadores, considera que o Governo de Milei está retendo injustamente 13.500 milhões de pesos (atualmente, é o equivalente a 8.0100,01 reais) por uma suposta dívida que Chubut teria com o Estado.

A decisão de preparar um documento e reunir assinaturas do PRO foi tomada por Patricia desde Washington, para onde viajou como parte da comitiva presidencial para participar de uma cúpula de forças políticas conservadoras.

Enquanto isso, Mauricio Macri se coloca como próximo presidente do PRO e se mantém em silêncio, embora não seja segredo para quem acompanha a declaração de Torres e do resto dos governadores do “Juntos por el Cambio“, uma coalizão política de partidos argentinos que abre espaço para a oposição.

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Bullrich se rebela e se fortalece na retaguarda como grande figura da área mais oficial do partido. Na verdade, antes de Ignacio lançar o ultimato público ao Governo, ela se reuniu com o governador e tentou o convencer de desistir da declaração.

Na última sexta-feira, a ministra se referiu a este conflito em seu perfil nas redes sociais. “Nenhum membro do PRO podo estar de acordo ou validar a ameaça de confiscar propriedade privada. Não só é obsceno fazer essa ameaça, mas são afirmações que afugentam os investimentos, a criação de empregos e o progresso do nosso país. O dilema é simples: ou tudo permanece igual ou abraçamos a liberdade e a mudança“, afirmou.

O documento de Bullrich: “Um chamado à sanidade”

O documento que Patricia escreveu e circulou hoje contém os seguintes parágrafos:

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Os assinantes abaixo, dirigentes e militantes do PRO, compartilham, de diversas maneiras, a experiência de governo 2015-2019. As manifestações públicas de nossos principais dirigentes confirmam um diagnóstico: se avançou lentamente e com prudência exagerada e isso se pagou com uma crise que impediu a continuidade de mudança. Em caso de voltar a ser governo, seria necessário uma maior coragem e assertividade. 

A derrota parlamentar da Lei de Bases foi um golpe duro em nossas aspirações, já que mostrou rapidamente as dificuldades que qualquer plano de reformas deverá enfrentar todo e privou o governo das ferramentas necessárias para enfrentas a desastrosa situação herdada. Nosso bloco se manteve compactado, votando a favor de todos seus artigos enquanto sugeria medidas e propunha modificações. É por isso que assistimos hoje abalados a resistência de muitos governadores de compartilhar o esforço fiscal necessário para impedir um crise inflacionária, a qual a vítima principal não seria o governo, mas sim os argentinos que habitam todas as províncias. 

É necessário discutir um novo marco para a co-participação e a distribuição dos recursos federais, como estabelece nossa constituição e nunca se cumpriu. Entretanto, todos devemos somar nossos esforços para que o país supere esta conjuntura crítica. Conscientes de nossa responsabilidade de apoiar a mudança, que nossos eleitores e a maioria dos argentinos exigem, fazemos um chamado à sanidade a todos que compartilham de nossa visão de um país federal, em que cada província gere seus próprios recursos e seja sustentável, em que a máquina de imprimir notas deixe de financiar privilégios aos custos do bem-estar dos argentinos e em que a continuidade e o respeito à Constituição e às leis, e não a chantagem, sejam o ponto de partido da resolução de disputas e conflitos“.

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 * Reportagem publicada originalmente em Perfil.com

 

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