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Defesa de Trump diz que recorrerá da decisão do Maine

A campanha do ex-presidente disse que pretende apresentar um recurso no Tribunal Estadual do Maine nos próximos dias. A decisão pesa contra ele por conta dos atos praticados pelos apoiadores no Capitólio, em 2021

Defesa de Trump diz que recorrerá da decisão do Maine
Defesa de Trump diz que recorrerá da decisão do Maine – Crédito: Chip Somodevilla/Getty Images)

O Estado norte-americano do Maine determinou a inelegibilidade do ex-presidente Donald Trump para as eleições de 2024. Essa foi a primeira vez que uma autoridade torna Trump inelegível de maneira unilateral. A decisão não é definitiva e tem vigência apenas para a eleição presidencial em Maine, nordeste dos Estados Unidos.

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Defesa

A campanha do ex-presidente disse que pretende apresentar um recurso no Tribunal Estadual do Maine nos próximos dias. A decisão foi tomada no mesmo dia em que a rival ascendente de Trump em New Hampshire, Nikki Haley, tentou impedir que uma gafe sua sobre a escravatura se transformasse numa ferramenta de destruição à sua própria imagem.

A decisão do Maine aprofundou o emaranhado jurídico e político sem precedentes em torno da campanha de 2024 – tudo decorrente da recusa de Trump em aceitar a derrota e do seu desafio histórico à lendária transferência de poder dos EUA.

Maine

O Estado do Maine vale apenas quatro votos no colégio eleitoral, mas esses votos são distribuíveis, ou seja, mesmo o derrotado no eleitorado local pode pontuar. Por conta disso, o Maine lançou a eleição presidencial dos EUA, de 2024, em um caos mais profundo ao se tornar o segundo Estado a tirar Trump das urnas pelo motim causado por seus apoiadores, em 6 de janeiro de 2021, no Capitólio.

Em 19 de dezembro, o Colorado barrou o republicano nas eleições no estado por ordem do colegiado da Suprema Corte estadual. A decisão da secretária de Estado de Maine, Shenna Bellows, se baseia na cláusula de insurreição descrita na 14ª Emenda da Constituição americana.

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14ª Emenda

A interpretação da corte do Colorado é que o ex-presidente pode ser considerado inelegível com base na 14ª Emenda da Constituição.
Esse dispositivo constitucional, cuja interpretação é controversa, desqualifica a eleições a cargos públicos qualquer pessoa que tenha se envolvido em insurreições contra o Constituição depois de ter prestado juramento a cargo público.

O caso de Trump se refere a sua ligação com a invasão ao Capitólio, em 6 de janeiro de 2021, que surgiu de uma manifestação conduzida pelo então presidente em Washington D.C. para pressionar o Congresso a não certificar a vitória de Joe Biden nas eleições do ano anterior.

“A 14ª Emenda prevê desqualificação para cargo se culpado de insurreição, mas mesmo isso não está claro”, afirmou o constitucionalista Michael Klarman, da Faculdade de Direito de Harvard, em entrevista a Crusoé em abril passado.

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