CONFLITO NA UCRÂNIA

Embaixador da Rússia nega guerra e fala sobre relação com Brasil

Alexey Labetskiy descartou a possibilidade de um embate nuclear.

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Alexey Labetskiy (Crédito: Marcelo Camargo/ Agência Brasil)

A guerra na Ucrânia completou um ano. Até o momento, a invasão do território já resultou em milhares de mortos e refugiados, destruiu cidades e gerou tensão com o receio de uma possível terceira guerra mundial, e até mesmo de um embate nuclear entre os Estados Unidos e a Rússia.

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No entanto, o embaixador da Rússia no Brasil, Alexey Labetskiy, descartou essa hipótese em entrevista à Agência Brasil. 

Para ele, os políticos dos Estados Unidos sabem que “o início de qualquer guerra nuclear significa o fim da civilização humana“. E falou sobre a saída do tratado de controle de armas nucleares feito com o país norte-americano, o New START, durante esta semana. 

Os EUA forneceram para a Ucrânia dezenas de bilhões de dólares em armamento. Ao mesmo tempo, dizem que vão manter a estabilidade estratégica e o programa de verificação de objetos russos. Isso é uma tolice completa. Como vamos deixar os americanos acessarem os objetos estratégicos russos, quando eles fornecem, para os ucranianos, informações sobre o deslocamento das nossas forças, obtidas do cosmo [satélites]? Com as sanções, eles não nos permitem verificar seus objetos estratégicos. Isso é dois pesos, duas medidas. Foi por isso que suspendemos nossa participação no acordo. Sem falar que há dois países europeus com armamentos nucleares: França e Inglaterra. Eles também devem prestar contas“, alegou.

Labetskiy argumenta que, o que acontece no território ucraniano desde o ano passado, não é uma guerra e que o movimento foi realizado para “garantir a segurança da Rússia“. 

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Nós falamos operação especial. Não falamos guerra porque guerra é entre povos, e, para mim, não há diferença entre o povo russo e o povo ucraniano. Compreendemos que a separação artificial lá implantada, por oligarcas e herdeiros do fascismo e do nacionalismo, foi subsidiada diretamente pelo ocidente. Pelos Estados Unidos e pela maioria dos países europeus. Trata-se de uma tentativa de romper nossa história comum que sempre existiu nesse espaço povoado pelos russos-ucranianos. Povos que falam a mesma língua“, disse.

Segundo ele, “a operação especial visa defender a identidade do povo que não aceitou o fascismo, o nacionalismo e o oligarquismo que floresce na Ucrânia graças a apoios bilionários de americanos e europeus“. 

O embaixador russo citou ainda o interesse de seu país na posição do Brasil diante da guerra, destacou o respeito da Rússia às posições brasileiras sobre questões internacionais e o interesse do país sul-americano em solucionar o conflito. “Seguimos com muita atenção todas as iniciativas avançadas pela parte brasileira“.

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Questionado sobre a relação entre ambas as nações e a eleição do presidente Lula, Labetskiy falou: “Tivemos muito boas relações com os primeiros governos do presidente Lula. Lembro bem porque comecei a trabalhar no Brasil em 2003, e isso foi até 2010, quando terminou minha primeira missão no país“.

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