Ex-presidente da Coreia do Sul, Park Geun-hye, foi solta nesta sexta-feira (31) após cumprir quase cinco anos de prisão por corrupção. Ela havia sido condenada a mais de 32 anos de prisão, e ganhou um perdão especial concedido por Moon Jae-in, atual presidente do país.
Moon declarou que deu o perdão com o objetivo de “superar nosso passado infeliz e promover a unidade nacional” e citou a saúde frágil da ex-presidente. Aos 69 anos, Park Geun-hye sofre com dores crônicas e foi internada em um hospital, de onde não saiu, mas após ser solta.
Em 2016, Park foi afastada do cargo após um processo de impeachment movido por denúncias de corrupção que também envolveram grandes empresas do país, como a Samsung.
O perdão de Moon, atual presidente, é visto como uma jogada política para enfraquecer a oposição na eleição do país que ocorrerá em 9 de março de 2022.
A disputa deve ser acirrada entre o Partido do Democrata, da centro esquerda, liderado por Moon Jae-in, e o Partido do Poder do Povo, da direita, apoiado por Park Geun-hye.Sua libertação está sendo visto com uma jogada política para desmobilizar os protestos que a oposição vinha fazendo para a libertação de Park.
Condenações
A Coreia do Sul foi governada por Park por três anos. Em 2016, com a corrupção veio uma onda de protesto contra seu governo, o que levou ao seu impeachment. Ela foi acusada de usar capital político para forçar grandes conglomerados de empresas a pagar dezenas de milhões de wons a duas fundações controladas por sua confidente e amiga Choi Soon-il.
Seu impeachment foi movido pelo parlamento em dezembro daquele ano, que a retirou do cargo e realizou novas eleições. Em março de 2017, ela foi presa, semanas depois, condenada a 24 anos de prisão.
Em 2018, ela foi condenada a mais oito anos de prisão por abuso de fundos estatais e violação das leis eleitorais. A nova sentença elevou a 32 anos a pena de Park.
A ex-presidente também foi condenada a dois anos de prisão por ter violado as leis eleitorais após interferir no processo de nomeação dos candidatos de seu próprio partido nas eleições parlamentares de 2016.
Park foi o terceiro ex-chefe de Estado da Coreia do Sul detido por corrupção. Chun Doo-Hwan e Roh Tae-Woo foram presos e cumpriram suas penas nos anos de 1990. O ex-presidente Roh Moo-Hyun, eleito democraticamente, cometeu suicidio em 2008, quando ele e a família eram investigados por corrupção.
“O ex-presidente sul-coreano Park Geun-hye foi libertado na sexta-feira sob um perdão especial concedido pelo presidente em exercício, Moon Jae-in.”
Former South Korean President Park Geun-hye was set free on Friday under a special pardon granted by the incumbent President Moon Jae-in. pic.twitter.com/TMrgFkwBe9
— ShanghaiEye (@ShanghaiEye) December 31, 2021