Milhares de argentinos se reuniram em manifestações em frente a Casa Rosada, sede do governo da Argentina, nesta quinta-feira (28). Os atos exigiam ‘salários universais’, melhores condições de trabalho e expressavam descontentamento com o programa de pagamento da dívida do país com o Fundo Monetário Internacional (FMI).
A Argentina enfrenta uma grave crise econômica e uma das piores inflações do mundo. Aproximadamente 37% da população do país vive abaixo da linha da pobreza e a inflação já acumulou 36,2% desde o início do primeiro semestre deste ano.
Há também o problema das dívidas externas do país com o FMI, que chegam até US$45 bilhões. O atual valor vem de uma renegociação de outra dívida, que era de US$57 bilhões em 2018, após o programa econômico para o pagamento fracassar.
As manifestações nas ruas da capital da Argentina hoje reinvidicam melhores condições para as pessoas que estão sendo mais afetadas por essa crise e chamam a situação do país de ‘catástrofe.’
Entre as exigências dos manifestantes, uma das principais é a por um ‘salário universal’. A ideia consiste numa bolsa de 67.000 pesos argentinos (US$640) que seria distribuída para toda a população de baixa renda. 67.000 pesos é o valor de duas cestas básicas para um adulto no país.
Além das reinvidicações sociais, as manifestações foram motivadas pelas suspeitas de que a Ministra da Economia da Argentina, Silvina Batakis, seria trocada. As suspeitas foram confirmadas com o anúncio de que os ministérios da Economia, Desenvolvimento Produtivo e Agricultura, Pecuária e Pescas seriam unificados em um ‘superministério’ liderado por Sérgio Massa, chefe da Câmara dos Deputados. Essa é a terceira troca de ministros da Economia que o país teve em dois meses.
Massa é deputado do partido Frente de Todos, um dos que está lutando pelo ‘salário universal’. Já Batakis, agora ex-ministra, havia provocado descontentamento da população dizendo que tal medida era impossível.