FALAS HOMOFÓBICAS

Rabino culpa comunidade LGBTQ+ por terremotos: “Deus disse que vocês estão chocando seu povo”

Shlomo Amar disse que tragédia é consequência direta da escalada da garantia de direitos e liberdades da comunidade.

Rabino culpa comunidade LGBTQ+ por terremotos: "Deus disse que vocês estão chocando seu povo"
Amar já era conhecido por suas repetidas falas homofóbicas (Crédito: Carlos Alvarez/ Getty Images)

O rabino chefe de Jerusalém, capital de Israel, culpou a comunidade LGBTQ+ pelos tremores no país e os terremotos na Turquia e na Síria no último mês. Shlomo Amar declarou que as tragédias são uma consequência direta da escalada da garantia de direitos e liberdades da comunidade.

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A fala foi proferida em seu sermão semanal quando usou uma passagem do Talmude, um antigo livro sagrado judeu, utilizado como parâmetro cultural da religião. Os terremotos ao qual se refere são os que atingiram a Turquia e a Síria no dia 06 de fevereiro deste ano e deixaram mais de 50 mil mortos.

Amar teria declarado que “Deus disse que vocês estão chocando seu povo por algo que não é de vocês”, segundo publicação do The Jerusalem Post.

De acordo com o portal britânico The Pink News, esta não foi a primeira fala homofóbica do rabino. Ele chegou a chamar a homossexualidade de “culto à abominação” em 2019, alegando que a comunidade LGBTQ+ deveria ser condenada à morte pela lei judaica. A publicação relembra ainda que este tipo de punição só foi aplicada em Israel uma vez desde sua instauração em 1948 depois do julgamento de um criminoso de guerra nazista, Adolf Eichmen, nos anos 50.

O portal também resgatou uma fala em que Amar dizia que gays não poderiam ser judeus religiosos “e não deveriam fingir ser”, além de declarar que a homossexualidade é uma “luxúria que precisa ser superada”. Ele também disse que “animais e bestas selvagens não se comportam dessa maneira” em referência à marcha do Orgulho de Jerusalém.

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As falas do rabino foram criticadas e respondidas por três grupos judaicos LGBTQ+, o Bat-Kol, o Havruta e a Comunidade Gay Religiosa, dizendo que este tipo de discurso foi o que causou a expulsão de integrantes da comunidade de suas casas e comunidades.

A Liga Anti-Difamação também se pronunciou afirmando que as falas são “opostas aos valores judeus de tolerância e aceitação” e que “líderes religiosos deveriam respeitar a todas as pessoas”.

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