ENTENDA

Sueco consegue aposentadoria por invalidez após comprovar vício em Heavy Metal

O episódio, que voltou a ser discutido recentemente, ilustra a complexa relação entre obsessões pessoais e o reconhecimento legal de condições que afetam a vida cotidiana das pessoas

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O sueco Roger Tullgren – Crédito: Divulgação/Instagram

Em 2015, um caso inusitado chamou a atenção do mundo. Um sueco chamado Roger Tullgren conseguiu provar na Justiça que sua paixão por Heavy Metal era mais do que uma simples preferência musical. Devido à sua dedicação excepcional ao gênero, ele afirmou sofrer de uma espécie de vício, um argumento que conseguiu convencer o Tribunal de Hasslehölm, na Suécia, a conceder-lhe uma pensão por invalidez.

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O episódio, que voltou a ser discutido recentemente, ilustra a complexa relação entre obsessões pessoais e o reconhecimento legal de condições que afetam a vida cotidiana das pessoas. Especialistas, como o professor Francisco Trujillo, têm abordado este assunto sob diferentes perspectivas, especialmente no campo do Direito do Trabalho e Previdenciário.

Segundo Aventuras na História, A batalha legal de Tullgren não foi fácil e teve uma longa duração, estendendo-se por mais de uma década antes de alcançar uma decisão favorável. A base de seu argumento era a dificuldade em manter empregos estáveis, já que frequentemente se ausentava para assistir a inúmeros shows de Heavy Metal. Em 2006, ele participou de mais de 300 eventos, o que resultou em várias demissões.

Para Roger, o Heavy Metal não era apenas um hobby, mas sim uma parte essencial de sua identidade. Ele buscou apoio psicológico para comprovar sua situação, e após muitos esforços, os tribunais suecos reconheceram seu estado como uma deficiência, permitindo-lhe receber uma pensão parcial que aliviou sua rotina profissional.

O apoio do empregador: uma solução pragmática?

Tullgren conseguiu equilibrar sua paixão com uma vida profissional ao trabalhar em meio período como lavador de pratos. Com o apoio de seu empregador, ele pôde implementar um estilo de vida que o permitia manter sua fervorosa relação com o Heavy Metal. O empregador permitiu que ele trabalhasse vestindo suas roupas favoritas, integrando sua paixão à sua rotina.

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Este caso levanta questões sobre como empregadores podem adaptar o ambiente de trabalho para ajudar pessoas com necessidades singulares, mostrando que a flexibilidade pode ser a chave para a inclusão e o bem-estar no ambiente corporativo.

A situação de Roger Tullgren lança luz sobre a complexidade de determinar o que constitui uma deficiência. No contexto legal, o reconhecimento oficial de um vício musical como deficiência desafia noções tradicionais de saúde mental e bem-estar. Casos como esse podem abrir precedentes para que indivíduos busquem reconhecimento para condições não-convencionais que afetam suas vidas diárias.

O fato de Tullgren ter conseguido esse reconhecimento na Suécia pode inspirar debates internacionais sobre as definições de deficiência e dependência, além de como as sociedades lidam com identidades e paixões que não se encaixam nas normas convencionais.

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