Começou nesta quinta-feira (30) o segundo dia de deliberações dos jurados que analisam o caso de suborno envolvendo o ex-presidente dos EUA, Donald Trump, e a atriz pornô, Stormy Daniels. Segundo a acusação. Trump teria desviado US$ 130 mil de sua campanha presidencial para ocultar o caso do republicano com Daniels.
Os 12 membros do júri retornaram para avaliar as provas e depoimentos das testemunhas após seis semanas de julgamento. Na quarta-feira, os jurados e seis suplentes finalizaram seu primeiro dia de deliberações a portas fechadas sem chegar a um veredicto sobre o destino do ex-presidente Donald Trump, o único presidente dos EUA a ser indiciado por um crime.
Processo sem prazo determinado
O júri não tem prazo específico para decidir, podendo o processo durar um dia ou semanas. Trump, de 77 anos, é acusado de falsificar documentos comerciais para encobrir um pagamento de US$ 130 mil feito pouco antes da eleição presidencial de 2016, visando silenciar a estrela pornô Stormy Daniels, que alegou ter tido um encontro sexual com ele. Trump se declarou inocente e nega ter tido qualquer relacionamento com Daniels, deixando a sala de audiências sem responder às perguntas dos repórteres.
Pedidos ao juiz
No final do dia, os jurados solicitaram ao juiz Juan Merchan as transcrições dos depoimentos de duas testemunhas-chave: o ex-advogado de Trump, Michael Cohen, que afirmou que o ex-presidente estava ciente do pagamento e trabalhou para encobri-lo, e o ex-editor do tabloide National Enquirer, David Pecker, que testemunhou sobre seus esforços para enterrar histórias que poderiam prejudicar a candidatura de Trump. Os jurados também pediram que Merchan repetisse as instruções detalhadas fornecidas no início do dia para orientar suas deliberações. Não ficou claro se eles queriam ouvir todas as instruções novamente ou apenas uma parte delas.
Necessidade de decisão unânime a favor de Trump
Para qualquer veredicto, é necessário um consenso unânime dos 12 jurados. Caso não consigam resolver suas diferenças, o juiz declarará a anulação do julgamento. Trump, um republicano, classifica o julgamento como uma tentativa de minar sua campanha para retomar a Casa Branca do presidente democrata Joe Biden na eleição de 5 de novembro.
“A Madre Teresa não conseguiria vencer essas acusações”, disse o acusado aos repórteres do lado de fora do tribunal, referindo-se à falecida ganhadora do Prêmio Nobel da Paz. “A coisa toda é manipulada.”
Implicações políticas para Trump
Uma condenação não impedirá o republicano de tentar retomar a Casa Branca, nem de assumir o cargo se vencer. Pesquisas de opinião mostram Trump e Biden em uma disputa acirrada. No entanto, pesquisas da Reuters/Ipsos indicam que um veredicto de culpa pode custar a Trump o apoio de eleitores independentes e alguns republicanos.
Uma eventual inocência removeria um grande obstáculo legal, liberando Trump da obrigação de conciliar aparições no tribunal com compromissos de campanha. Se condenado, é esperado que ele recorra. Trump enfrenta outras três acusações criminais, mas elas não devem ir a julgamento antes da eleição de 5 de novembro.
Funcionários da campanha de Biden dizem que qualquer veredicto não mudará substancialmente a dinâmica da eleição.
Folks, if anyone is wondering whether your vote matters, remember this.
Because Black Americans voted, I am president, Kamala Harris is a historic vice president, and Donald Trump is a loser.
— Joe Biden (@JoeBiden) May 29, 2024