Os presidentes da Venezuela, Nicolás Maduro, e da Guiana, Irfaan Ali, estão se reunindo nesta quinta-feira (14), para tratar sobre a longa disputa territorial envolvendo a região de Essequibo. A reunião ocorre durante o encontro de líderes da Comunidade do Caribe (Caricom), em São Vicente e Granadinas.
O encontro foi proposto pelo primeiro-ministro de São Vicente e Granadinas, Ralph Gonsalves, em cartas enviadas aos dois países.
Venezuela e Guiana aceitaram o convite para o encontro e convidaram o presidente Luiz Inácio Lula da Silva para participar das negociações. O ditador venezuelano Nicolás Maduro manifestou seu apoio a conversas diretas e cara a cara.
No entanto, o governo da Guiana afirmou nas redes sociais que concordou com a reunião, mas mantém-se firme em relação às suas posições sobre Essequibo. Já Maduro disse que vai defender o “direito legítimo” de seu país sobre o território.
A região que pauta a discussão desta quinta-feira é maior que a Inglaterra e o estado do Ceará e faz parte da Guiana, mas é reivindicada pela Venezuela, que, no início de dezembro, aprovou em referendo a anexação da área. Desde então, movimentos tanto da Venezuela como da Guiana acirraram os ânimos.
Maduro disse à imprensa antes do encontro que comemora que “a Caricom tenha conseguido dar esse passo” e destacou que “vamos aproveitar ao máximo para que nossa América Latina e o Caribe continuem a ser uma zona de paz”.
O encontro tem sido visto como um primeiro passo para aplacar os ânimos de uma crise que escalou em poucos dias, após a Venezuela aprovar a anexação de Essequibo em um referendo com a participação da metade da população.
Para especialistas, é pouco provável que aconteça uma invasão, no entanto, Maduro subiu o tom dias posteriores à consulta pública, lançou um novo mapa oficial do país contemplando a região de Essequibo e, diante de uma multidão em Caracas, assinou decretos criando oficialmente o estado de Essequibo.
Os Estados Unidos, que já haviam feito parceria militar com a Guiana no ano passado, com foco na crise de Essequibo, anunciaram sobrevoos militares à região, o que Maduro chamou de provocação. Os EUA estudam ainda a criação de uma base militar em Essequibo.
*texto sob supervisão de Tomaz Belluomini