Um dos principais alvos das tropas russas é Mariupol, no litoral da Ucrânia. A cidade está cercada pelos militares russos e, desde sábado, várias tentativas de retirar os civis falharam. O porta-voz do Comitê Internacional da Cruz Vermelha (CICV) em Genebra, Ewan Watson, disse que “a situação é apocalíptica” e que os suprimentos acabaram, segundo a DW.
A organização humanitária explica que todos os estoques já foram entregues e tenta mandar suprimentos também para outras partes da Ucrânia.
O porta-voz disse ainda que a Cruz Vermelha está pronta para ajudar na retirada dos civis, mas que no momento ainda não há condições para isso. “Estamos tentando desesperadamente facilitar o diálogo”, afirmou Watson, de acordo com a DW.
Ucranianos acusam os russos de atirarem nas rotas de fuga que eles próprios sugeriram.
Mariupol é uma das cidades estratégicas no litoral da Ucrânia por ter uma importante indústria naval e um grande porto. A cidade de mais de 400 mil habitantes está há vários dias sob um cerco das tropas russas.
Autoridades locais dizem que os militares não deixam passar suprimentos de água ou comida. Também há relatos de que as pessoas estão passando frio com a falta de fornecimento de aquecimento.
A Rússia já tem o controle de Kherson, outra importante cidade da região portuária. O exército russo também aumenta a ofensiva em Odessa.
Entenda a invasão da Rússia na Ucrânia
O presidente Vladimir Putin ordenou uma invasão na Ucrânia, na quinta-feira (24). Desde então, o exército russo faz ofensivas por terra, ar e mar contra pontos estratégicos ucranianos, incluindo a capital Kiev e Kharkiv, segunda maior cidade do país.
Um dos fatores que desencadeou o conflito foi a possibilidade da Ucrânia entrar na OTAN, aliança militar do Ocidente. Uma das demandas da Rússia nas negociações sobre a guerra é que a Ucrânia se comprometa a nunca entrar na OTAN e na União Europeia. Moscou também exige que Kiev reconheça a independência das regiões separatistas de Donetsk e Luhansk, no leste ucraniano, e que a Crimeia faz parte da Rússia.
Putin argumenta que está realizando uma “operação especial” para proteger os russos que vivem em território ucraniano. Ao mesmo tempo, Putin também diz que a Ucrânia está sob controle estrangeiro e que não merece ser um país independente.