O hacker Walter Delgatti Netto prestará novo depoimento à Polícia Federal nesta sexta-feira (18). O advogado do hacker, Ariovaldo Moreira, confirmou a convocação e afirmou que os esclarecimentos serão prestados na sede da PF, em Brasília. Ele não confirmou o horário da nova oitiva. O novo pedido de depoimento se deve a omissão à PF de informações que revelou nesta quinta-feira (17) na CPMI dos Atos Golpistas.
Na última quarta-feira (16), ele prestou depoimento à corporação afirmando que recebeu R$ 40 mil da deputada federal Carla Zambelli (PL-SP) para invadir sistemas do Judiciário brasileiro e inserir falsos documentos e alvarás de soltura. A deputada nega as acusações.
CPMI 8 de Janeiro
Hoje, o hacker compareceu à Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) que apura os atos de 8 de janeiro e afirmou que recebeu do ex-presidente Jair Bolsonaro a promessa de indulto caso assumisse a autoria de um suposto grampo contra o ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Alexandre de Moraes. O indulto significa o perdão da pena, efetivado mediante decreto presidencial.
Não constam do depoimento de Delgatti à PF, os pontos que ele falou à CPMI, tais como:
- Menção sobre Bolsonaro ter prometido a ele um indulto caso fosse preso por ação contra urnas eletrônicas;
- Menção sobre promessa de emprego feita por parte da Zambelli na campanha do ex-presidente Jair Bolsonaro;
- Menção sobre grampo no ministro Alexandre de Moraes, do STF;
- Menção sobre o marqueteiro de Bolsonaro, Duda Lima, na campanha ter pedido um “código-fonte” fake para apontar fragilidade nas urnas. Ele nega;
- Menção sobre ter orientado servidores do Ministério da Defesa na elaboração de relatório sobre urnas.
Além disso, outros detalhes dados a CPMI será inquerido no novo depoimento marcado para amanhã na sede da PF em Brasília.
Fontes do STF e da PF afirmaram à reportagem do site G1, que não há nenhum indício de que o ministro Alexandre de Moraes tenha sido grampeado ilegalmente, como mencionou Delgatti à CPMI nesta quinta-feira.