Dislexia não é doença, explica especialista

16 de novembro é o Dia Nacional de Atenção à Dislexia. Não é uma doença, e sim um transtorno, explica a psicopedagoga Luciana Brites.

Dislexia não é doença, explica especialista
16 de novembro é o Dia Nacional de Atenção à Dislexia. (Créditos: Pixabay)

Psicopedagoga alerta que é preciso ficar atento sobre o comportamento das crianças, fase em que o distúrbio pode aparecer  

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16 de novembro é conhecido como o Dia Nacional de Atenção à Dislexia. Bem provável que a maioria da população acredita se tratar de uma doença, mas na verdade é um transtorno, um quadro disfuncional, explica a psicopedagoga Luciana Brites. Os primeiros sinais aparecem ainda na fase pré-escolar e escolar, durante o desenvolvimento das crianças,  mas em alguns casos podem ser observados antes dos 6 anos de vida.

De acordo com a Associação Brasileira de Dislexia (ABD), sua maior incidência ocorre nas salas de aula e atinge entre 5% e 17% da população mundial. A dislexia pode se definir como se algumas áreas cognitivas que são acionadas no cérebro das pessoas estivessem mal conectadas.  

“Muitas vezes, quando uma criança tem dificuldade de ler, escrever e copiar do quadro pensamos que pode ser preguiça ou desinteresse pelo conteúdo ou pela escola. Mas é importante que pais, familiares, cuidadores e professores estejam atentos, pois, essa dificuldade pode ser dislexia”.

Alguns dos sinais que podem ser observados são atrasos de fala, problemas para lembrar e identificar letras e palavras, atrasos no vocabulário, na soletração e na memorização de processos verbais. Os portadores do transtorno também costumam demonstrar dificuldades psicomotoras e espaciais. “Elas vão ter muita dificuldade para se alfabetizar, mesmo mudando o método de alfabetização, e vão ter muita dificuldade em juntar letras e em entender aquilo que está lendo”. 

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A psicopedagoga recomenda que, a qualquer sinal de desconfiança, é recomendado levar para uma avaliação multidisciplinar, ou seja, com uma equipe composta por fonoaudiólogos, psicólogos, pedagogos e médicos. O transtorno da dislexia só pode ser revelado clinicamente, mesmo que ainda não tenha um exame que aponte uma alteração no cérebro ou um marcador biológico. Nos primeiros anos de vida, é preciso que haja intervenção de medicamentos e correção de atrasos de linguagem fonológica. 

Outro ponto importante, que se pode deixar passar, é a sala de aula. Os professores devem estar cientes sobre o transtorno, para utilizar metodologias multissensoriais nas aulas, que ajudem para o desenvolvimento do aluno, comenta a especialista.

O professor deve tomar medidas de acordo com as características da criança para ensiná-la. Por exemplo, “alguns disléxicos gostam de desenhar, então vale observar a característica de aprendizagem daquele disléxico”. Assim é possível ensinar de acordo com o interesse e com o que se tem de mais forte. 

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