ESTELIONATO E APROPRIAÇÃO INDÉBITA

Aluna da USP que aplicou golpe em formandos volta à faculdade

Alicia Dudy Muller teria desviado quase R$ 1 milhão da comissão de formatura de medicina.

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Aluna disse aos colegas que teria levado golpe após investir dinheiro (Crédito: Reprodução)

A aluna de Medicina da Universidade de São Paulo (USP), Alicia Dudy Muller, investigada pelo golpe em que desviou quase R$ 1 milhão da festa de formatura, voltou a frequentar as aulas. Ela trancou o curso no final de janeiro e voltou às aulas no dia 27 de fevereiro bem como aos projetos que desenvolvia na instituição.

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A defesa da estudante de 25 anos afirmou que o retorno seria para evitar o atraso da conclusão do curso e garantir que ela mantivesse alguma ocupação enquanto aguarda o andamento das investigações.

A polícia chegou a pedir que Alicia fosse presa preventivamente mas o pedido foi negado pela Justiça. A escolha por mantê-la em liberdade foi feita em concordância com o Ministério Público, que considera este um caso de estelionato, ou seja, quando o ato de má-fé acontece antes que a pessoa tenha acesso aos bens e a vítima é enganada, e não um caso de apropriação indébita, quando a pessoa recebe a posse da vítima de forma legal antes de agir na irregularidade. A investigação, no entanto, ainda deve ser retomada.

O golpe

Alicia Dudy Muller é investigada depois de desviar quase R$ 1 milhão dos recursos destinados à formatura de sua turma de Medicina na Universidade de São Paulo. Ela disse que acreditava que a empresa ÁS Formaturas não estava administrando os recursos de forma satisfatória e pediu que fosse feito o depósito do valor acumulado desde 2019 quando os alunos iniciaram o pagamento da festa.

Ela afirmou em depoimento no dia 19 de janeiro que teria feito investimentos ruins e perdido o dinheiro. Na tentativa de recuperar a quantia, ela fez diversas apostas de altos valores em Lotéricas e admitiu também ter usado uma parte do dinheiro em benefício próprio, alugando apartamento, carro e comprando eletrônicos diversos.

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Mais tarde, Alicia revelou que a história que havia contado aos seus colegas de sala afirmando que investiu o dinheiro e sofreu um golpe era mentira, bem como a alegação de que havia usado parte do valor para pagar advogados na tentativa de reaver os recursos.

A empresa não teve envolvimento evidenciado no golpe da aluna até agora e no contrato assinado pelos alunos consta que qualquer membro da comissão de formatura poderia retirar o valor enviado a qualquer momento. A ÁS Formaturas fez nove depósitos em três contas bancárias diferentes de Alicia após o pedido:

  • Novembro de 2021: R$ 604.000
  • Junho de 2022: R$ 144.000 e R$ 3.000
  • Agosto de 2022: R$ 60.000
  • Setembro de 2022: R$ 24.000
  • Outubro de 2022: R$ 24.000
  • Novembro de 2022: R$ 2.800 e R$ 27.000
  • Dezembro de 2022: R$ 20.000

A aluna também é investigada pelo crime estelionato contra uma Lotérica na Vila Mariana a qual costumava frequentar e acabou aplicando um novo golpe. Na primeira aposta, Alicia pagou cerca de R$ 20 mil via pix e passou a fazer apostas frequentes e de alto valor.

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Na última das apostas no local, ela pediu para que a operadora do caixa registrasse R$ 891,5 mil em apostas e mostrou o comprovante de um pix de apenas R$ 891,53, na tentativa de enganar os funcionários e o dono do local, com quem acabou discutindo. Ela foi embora e não pagou o valor devido, que naquele momento já chegava R$ 193,8 mil em apostas que já tinham sido lançadas no sistema pela operadora do caixa.

Ela agora é investigada pelo 16º DP pelo crime de apropriação indébita e pelo crime de estelionato e lavagem de dinheiro pela Delegacia Especializada em Investigações Criminais (DEIC) de São Bernardo do Campo, no ABC Paulista.

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