“A mentira dá uma volta no mundo enquanto a verdade nem levanta da cadeira.” É lembrando este ditado que o escritor, pesquisador, doutorando e investigador da Universidade de Coimbra, Alexandre Gossn, faz uma análise das fake news em meio às eleições de 2022.
Ele ressalta que muita coisa mudou em comparação a 2018, quando a propagação de notícias falsas era uma novidade no cenário eleitoral brasileiro. Os produtores de conteúdo falso se aprimoraram, assim como as agências de checagem e instituições empenhadas neste combate.
“As fake news da eleição de 2018 em relação às deste ano chegam a ser ingênuas. Hoje, ficaram mais refinadas”, afirma
De acordo com o professor, antes eram inverdades inventadas “do nada”, sem nenhum embasamento. “Eram mentiras, desinformação. Mas, essa segunda geração parte de fatos distorcidos e isso deu muito trabalho ao TSE“, diz o professor.
Alexandre Gossn faz uma análise do papel do jornalista neste cenário de desinformação. Ele acredita que ainda há muito a ser feito, mas há também um amadurecimento da sociedade sobre como se dá a criação e a propagação de notícias falsas.
“Esta ‘enrascada’ em que estamos como sociedade acontece devido a uma ruptura entre a sociedade e o jornalismo. As pessoas não estão se informando pelos grandes veículos. Um jornalismo sério tem o compromisso com a noticia e isso deve ser sempre lembrado”, analisa.
Ele lembra que temos boas iniciativas e cita como exemplo as agências de verificação, que detectam e checam de forma rápida o conteúdo que gera dúvidas e festá compartilhado em sites e até nos grupos familiares.
O professor afirma que, para evoluir como sociedade, em meio às notícias falsas, é preciso um trabalho voltado para as crianças. É preciso ensinar a elas a combater a desinformação. “É preciso começar cedo”, avalia Gossn.
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