
Para muitos, o Brasil de 2014 está marcado por ser o ano em que a seleção brasileira de futebol levou a maior e mais humilhante goleada de sua história – em casa: o famoso 7 X 1 na partida contra a Alemanha. Para o jornalista Cesar Calejon, o ano é considerado o que chama de “embrião” das fake news quando Dilma Rousseff (PT) disputava com Aécio Neves (PSDB) a presidência do país.
“O ponto de partida das fake news foi em 2014, a derrocada sócio-política que o Brasil sofreria na década seguinte. Quando Aécio Neves e boa parte da direita liberal não aceitam a derrota e começam a estimular esse contra-ataque e questionamentos, isso agudiza os ânimos para o que viria a ser o que aconteceu em 2018 no que diz respeito às notícias falsas“, reflete.
De acordo com o jornalista, as consequências foram muito além de acertar o PT, Dilma ou o ex-presidente Lula: “Acredito que essa abordagem atingiu a política institucional de forma mais dura. A premissa básica que estamos construindo há 400 anos cai por terra”, afirma.
Em entrevista a Wallace Ferrari, Cesar fez ainda uma análise da disseminação de conteúdo falso nas redes sociais, que ele atribui à popularização dos smartphones, em 2010. Ele afirma que a sociedade começou a adquirir protagonismo. Antes, o conteúdo noticioso ficava a cargo do jornalismo profissional, “que, comete erros, claro, mas é mais sério e criterioso, além de estar mais preparado para informar com propriedade do que pessoas que estão dispostas a espalhar desinformação”, afirma.
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Cesar Calejon é jornalista, com especialização (MBA) em Relações Internacionais pela FGV e mestrando em Mudança Social e Participação Política pela USP. Autor dos livros ‘A ascensão do bolsonarismo no Brasil do Século XXI’, ‘Tempestade Perfeita: o bolsonarismo e a sindemia covid-19 no Brasil’ e ‘Sobre Perdas e Danos: negacionismo, lawfare e neofacismo no Brasil’.
O projeto “Combate às Fake News” é uma iniciativa do site Perfil Brasil em parceria com o Facebook. A entrevista completa você confere aqui!