As autoridades russas emitiram um alerta para os residentes das regiões fronteiriças em resposta à recente incursão das forças ucranianas. O Ministério do Interior da Rússia pediu que a população de Bryansk, Kursk e Belgorod, bem como os militares e policiais nestas áreas, limitem o uso de redes sociais e aplicativos de namoro online para prevenir a coleta de informações sensíveis pelos ucranianos.
A informação foi divulgada na terça-feira (20), por meio do canal oficial do ministério no Telegram. O alerta especifica que “o inimigo utiliza ativamente esses recursos para a recolha de informações”. As tropas ucranianas vêm avançando na região de Kursk, exigindo uma resposta rápida e eficaz das autoridades russas para manter a segurança nacional.
Desde o início da incursão ucraniana na semana passada, as tropas de Kiev avançaram até 35 quilômetros além das defesas russas. Este avanço resultou na captura de 93 colonatos, de acordo com o chefe militar ucraniano, Oleksandr Syrskyi. As operações não se limitaram apenas à região de Kursk, mas também afetaram Bryansk e Belgorod, aumentando a pressão sobre as forças russas.
Ukraine 🇺🇦 has launched a massive kamikaze drone attack tonight on multiple locations in Russia, including Moscow, Rostov, Bryansk, and Belgorod pic.twitter.com/KxYh0NBliL
— Ukraine Battle Map (@ukraine_map) August 21, 2024
Como as redes sociais comprometem a segurança da Rússia?
O uso imprudente de redes sociais não é um problema novo em zonas de conflito. Existem diversos casos de soldados que revelaram inadvertidamente informações sensíveis através de seus dispositivos móveis. Em 2023, um comandante de submarino russo foi morto enquanto corria, sendo alvo de um agressor que o rastreava pelo Strava, um famoso aplicativo de corrida. A câmara baixa do parlamento russo propôs punir soldados que usam smartphones em combate, classificando isso como “ofensa disciplinar grave”.
Medidas de segurança recomendadas
O Ministério do Interior da Rússia emitiu uma lista de recomendações para minimizar os riscos. Entre elas, destacam-se:
- Não abrir links em mensagens de desconhecidos.
- Evitar o streaming de vídeos em locais sensíveis.
- Desativar a geolocalização nas redes sociais.
- Ter cuidado extra ao usar câmeras de segurança em áreas privadas e estratégicas.
O risco decorrente do uso das redes sociais em contextos de guerra já foi identificado por outros países. Em 2018, o Departamento de Defesa dos EUA proibiu militares de usar recursos de geolocalização após descobrir que aplicativos de condicionamento físico, como o Strava, representavam riscos de segurança. Esses aplicativos criaram mapas de calor que exibiram pontos de dados, revelando inadvertidamente a localização de bases militares ao redor do mundo.
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