Na última semana, o botijão de gás de 13 quilos foi vendido em média a R$ 113,24, segundo dados da Agência Nacional de Petróleo (ANP). O valor do item essencial está custando o equivalente a 9,3% do salário mínimo (R$ 1.212).
Na média mensal, segundo o Observatório Social da Petrobras, organização ligada à Federação Nacional dos Petroleiros (FNP), o preço do botijão chegou a R$ 113,48, alcançando o maior valor real da série histórica, que tem início em julho de 2001.
Vale ressaltar que o valor médio do botijão é mais que o dobro do auxílio gás pago pelo governo federal às famílias de baixa renda: previsto para bancar metade do preço de um botijão, o benefício hoje é de R$ 51 – 44,5% do preço médio.
Segundo o economista Eric Gil Dantas, do OSP e do Instituto Brasileiro de Estudos Políticos e Sociais (Ibeps), o gás de cozinha voltou a comprometer o salário mínimo na mesma proporção de 2017. “Nesses 15 anos, com a manutenção do preço do gás de cozinha e a valorização do salário mínimo essa proporção foi caindo, mas houve uma inversão em 2017 com a alta dos valores do GLP (Gás Liquefeito de Petróleo) e o aumento real do salário mínimo”, afirma Dantas.
Ele apontou, ainda que a situação fez crescer o uso da lenha para cozinhar entre os brasileiros: a partir de 2017, ela superou o GLP. “E, em 2020, esse consumo já era 7% maior do que o de GLP”, afirma o economista.
Aumento de preços nos últimos 12 meses:
(em %)
Cenoura 195
Tomate 117
Café 65
Diesel 52
Transporte por aplicativo 47
Gás veicular 46
Alface 46
Mamão 40
Batata inglesa 38
Açúcar 37
Gás de cozinha 32
Energia elétrica 30
Gasolina 30
Óleo de soja 30
Ração animal 23%#forabolsonaro— Bohn Gass (@BohnGass) April 27, 2022