O ex-primeiro-ministro do Reino Unido, Boris Johnson, afirmou que foi ameaçado com um míssil pelo presidente da Rússia, Vladimir Putin. Em entrevista para um documentário da rede britânica BBC, Johnson afirmou que a ameaça foi feita durante uma conversa telefônica entre os dois líderes poucos dias antes de a Rússia invadir a Ucrânia, em fevereiro de 2022.
“Ele me ameaçou em um ponto e disse: ‘Boris, não quero machucá-lo, mas, com um míssil, levaria apenas um minuto’ ou algo assim”, relatou Johnson à BBC. “Mas acho que pelo tom muito relaxado que ele estava adotando, o tipo de ar de distanciamento que parecia ter, ele estava apenas jogando com as minhas tentativas de convencê-lo a negociar.”
Durante a conversa, o então líder britânico tentava dissuadir Putin de invadir a Ucrânia, uma ameaça que vinha fazendo havia algum tempo. O presidente russo já tinha começado a enviar tropas à extensa fronteira entre os dois países localizados na Europa Oriental.
Outro ponto que os líderes dialogavam era uma possivel adesão da Ucrânia à Organização do Tratado do Atlântico Norte (OTAN). A Rússia sempre se posicionou contra a entrada do país vizinho na aliança ocidental alegando razões de segurança interna e externa.
Nesta segunda-feira (30), o governo russo negou enfaticamente todas as afirmações de Johnson. O porta-voz do Kremlin, Dmitry Peskov, afirmou que o ex-líder britânico mentiu.
As relações entre o Reino Unido e a Federação Russa já estavam deterioradas antes mesmo da guerra começar. Em 2018, o envenenamento do ex-espião russo Sergei Skripal na cidade britânica de Salisbury irritou o governo de Londres, que acusou o governo de Putin pelo envenenamento e expulsou uma série de diplomatas russos do Reino Unido.
Yulia Skripal, filha do espião russo Sergei Skripal, dá primeira entrevista após acordar do coma depois do envenenamento em Londres #TTsNews pic.twitter.com/nx7xSQBHuU
— TTs Brasil: News 📰 (@TTsBrasilNews) May 23, 2018
Johnson, que renunciou ao cargo em setembro do ano passado depois de uma série de seguidos escândalos, procurou posicionar Londres como o principal aliado de Kiev no Ocidente. Enquanto estava no cargo, ele visitou a capital da Ucrânia inúmeras vezes e falava ao com frequência com o presidente do país, Volodymyr Zelensky.
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