
O governo da Colômbia, agora liderado pelo ex-guerrilheiro de esquerda Gustavo Petro, anunciou na segunda-feira (22) que o país deixou a Declaração do Consenso de Genebra, documento de caráter conservador de países criado por Donald Trump durante seu exercício da presidência dos EUA.
O documento conservador abandonado pela Colômbia é pró-vida/anti-aborto, se opõe à globalização e zela pela ‘família tradicional’. Foi em cima da questão anti-aborto e da ‘família tradicional’ que o governo colombiano se desapontou.
Na publicação no Twitter em que a Chancelaria Colombiana anunciou a decisão foi escrito: “Colômbia seguirá comprometida com a promoção da saúde da mulher e a satisfação das necessidades da saúde da mulher.”
“De acordo com a Constituição e jurisprudência da Corte, o direito ao aborto legal e seguro é parte integral dos direitos sexuais e reprodutivos e da saúde sexual e reprodutiva da mulher”, continuou a chancelaria.
Sobre a questão família, a chancelaria escreveu: “o governo de Colômbia respeita e tem em conta que em diferentes sistemas culturais, sociais e políticos existem diversas formas de família.”
Viceministerio de Asuntos Multilaterales firmó nota mediante la cual gobierno de Colombia se retira de “Declaración del Consenso de Ginebra”. Colombia seguirá comprometida con la promoción de la salud de la mujer y la satisfacción de las necesidades de salud de la mujer.
— Cancillería Colombia (@CancilleriaCol) August 22, 2022
A Declaração de Consenso de Genebra nasceu em 2020, encabeçada pelo ex-presidente dos EUA, Donald Trump. Jair Bolsonaro (PL) aderiu ao documento junto com outros 30 países de tradição conservadora. Os próprios Estados Unidos retiraram sua assinatura durante o mandato de Joe Biden.