MUDANÇA DE ROTA

Extrema-direita vence eleição para Constituinte no Chile

A coalizão de esquerda do atual presidente, Gabriel Boric, obteve 28% dos votos.

Extrema-direita vence eleição para Constituinte no Chile
O partido Republicano do ex-candidato a presidente, José antonio Kast, foi o vitorioso na eleição para a Constituinte no Chile (Crédito Foto: Marcelo Hernandez/Getty Images)

Os partidos de direita venceram a eleição para o Conselho Constituinte do Chile, com quase 100% dos votos apurados. O país foi às urnas neste domingo (07). O novo conselho será composto por 50 pessoas e terá a responsabilidade de redigir a nova Constituição chilena.

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Os dados são oficiais e foram divulgados pelo órgão responsável pela apuração. O Partido Republicano, considerado de extrema-direita e liderado pelo ex-candidato presidencial conservador, José Antonio Kast, obteve o primeiro lugar, alcançando 35,5% dos votos. Kast perdeu as últimas eleições em 2021 para o atual presidente Gabriel Boric, que tomou posse em março de 2022.

Como partido mais votado, a agremiação de Kast terá direito a mais de dois quintos das cadeiras disponíveis no Conselho Constituinte. Agregados aos votos direcionados ao Chile Seguro – coalização da direita tradicional, que teve 21,1% dos votos – os partidos de direita assumiram o controle sobre a discussão do novo regimento. “Hoje é o primeiro dia de um futuro melhor, um novo começo para o Chile”, disse Kast.

Em segundo lugar, veio o Unidade para Chile, coalizão de esquerda do presidente chileno com pouco mais de 28%. Os demais votos foram direcionados para os partidos centristas.

Os artigos necessitarão de uma maioria de três quintos do Conselho para serem aprovados. Os conselheiros eleitos começarão a redigir o novo texto em junho, com base em um projeto feito por 24 especialistas constitucionais nomeados pelo Congresso em março. Os eleitores aprovarão ou rejeitarão a nova proposta ainda neste ano, em dezembro.

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Este é o passo mais recente em um esforço de anos para revisar o texto da época da ditadura de Augusto Pinochet (1973-1990) do país, depois que quase 80% dos chilenos votaram para redigir uma nova constituição em 2020, após violentos protestos contra a desigualdade.

A primeira reescrita da Constituição foi redigida por conselheiros independentes e de esquerda e se concentrou em benefícios sociais, direitos ambientais, paridade de gênero e direitos indígenas. Foi considerada uma das constituições mais progressistas do mundo, mas muitos eleitores a consideraram muito polarizadora e o processo foi calcado em muitas controvérsias.

Boric, desde que assumiu, tem tido baixos índices de aprovação popular entre os chilenos em razão de fatores econômicos e do aumento da criminalidade no país.

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