Israel volta a usar máscaras e adia a entrada de turistas

Dada a aparência de casos da variante Delta, a máscara é obrigatória em locais fechados. E a marcha do orgulho foi autorizada

Israel volta a usar máscaras e adia a entrada de turistas
Um homem espera enquanto preparam uma vacina contra o coronavírus em Tel Aviv, Israel (Crédito: Amir Levy/Getty Images)

O alarme disparou com quatro dias consecutivos em que foram registrados mais de cem novos casos de coronavírus e só na quinta-feira (24) foram cerca de 227, números que não eram registrados em Israel desde o final de abril, por isso, o país determinou mais uma vez a obrigatoriedade na volta a usar máscaras em espaços públicos, algo que havia sido anulado em 15 de junho.

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Tendo em vista que esses casos seriam da variante Delta, surgida na Índia, também foi adiada por mais um mês a autorização de entrada de turistas vacinados.

Ou seja, não será no 1º de julho, conforme anunciado, mas no 1º de agosto. Por sua vez, aqueles que viajam para o exterior devem assinar uma declaração legal se comprometendo a não visitar os países designados como “pontos quentes”. Para Israel, estes incluem, por exemplo, Índia, Rússia, África do Sul, México, Brasil e Argentina.

E estipularam multas de 5.000 shekels – cerca de US$ 1.535 – para quem mentir nesta declaração.

“Observamos que em poucos dias houve uma duplicação de casos”, comunicou Nachman Ash, chefe da força-tarefa de resposta à pandemia, na rádio pública israelense.

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“E estamos preocupados que as infecções estejam se espalhando”, acrescentou. Conforme ele explicou, sua equipe estimou que o aumento de casos pode ser devido ao retorno a Israel de viajantes infectados com a variante Delta, altamente contagiosa.

Por sua vez, Hazi Levi, diretor-geral do Ministério da Saúde de Israel, disse que o país ainda não alcançou a imunidade de rebanho e que o aumento das infecções naturalmente gera preocupação.

Vacinados

“Israel é um dos países modelo pelo seu programa de vacinação.”

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Por questões geopolíticas e sua relação mais que estreita com os Estados Unidos, Israel fechou um acordo especial para receber a vacina Pfizer/BioNTech e, em troca, compartilhar os resultados da vacinação.

Assim, dos pouco mais de nove milhões de habitantes, cerca de 5,2 milhões já receberam a segunda dose da referida vacina. Entre essa situação de vacinação quase ideal e mesmo levando em consideração a preocupação com a entrada da variante Delta em Israel, até ontem os casos não haviam gerado um número alarmante de internações, e muito menos mortes.

Portanto, além das medidas de retorno à obrigatoriedade das máscaras em locais fechados e do adiamento da entrada de turistas, não foi suspenso, por exemplo, um evento que movimenta muita gente em Tel Aviv: a marcha do orgulho gay ou LGBTQIA+.

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A de 2020, por óbvias razões de saúde, não foi feita. A de ontem, embora não tenha recebido as 250 mil pessoas que participaram em 2019, ainda foi massiva. E, embora fosse aconselhado o uso de máscaras, essa sugestão oficial não foi seguida pelas dezenas de milhares de pessoas que participaram.

Polarização universal

Alguns comunicadores argentinos falam muito sobre a “grieta” (o profundo fosso entre os polos políticos ou ideológicos) como uma questão de copyright nacional. Um olhar confortável para não falar da motivação básica que a gera e que une quase todo mundo: a desigualdade. E que essa agitação entre os antigo funcionários e os atuais também não tem cunho argentino.

Israel lançou um novo governo dias atrás, após a saída de Benjamin Netanyahu. Diante da situação que a variante Delta causa em Israel, Yuli Edelstein, o ex-ministro da Saúde de Netanyahu, tuitou: “Quando o governo recebe um sistema de saúde em excelentes condições e culpa seu antecessor por suas próprias falhas, seus cidadãos devem se preocupar. Este era o estado da infecção no dia da transferência do Ministério da Saúde: 253 casos ativos, 0,02% positivos, uma média de 12 pacientes por dia. E no final: 5,5 milhões de pessoas vacinadas”.

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* Por Ernesto Ise – Editor-chefe do Diário Perfil.

*Texto publicado originalmente no site Perfil Argentina.

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