VIOLÊNCIA NA ARGENTINA

Lucio Dupuy: entenda caso do menino de 5 anos morto por espancamento

Mãe e companheira foram condenadas à prisão perpétua pela morte da criança.

Lucio Dupuy: entenda caso de menino de 5 anos morto por espancamento
Mãe e mdrasta foram condenadas a prisão perpétua (Crédito: Reprodução)

O menino argentino de cinco anos Lucio Dupuy foi espancado até a morte pela mãe, Magdalena Espósito Valenti e sua companheira, Abigail Páez. O veredito do julgamento do casal argentino que aconteceu nesta semana acabou na condenação à prisão perpétua por homicídio triplamente qualificado por vínculo, traição e crueldade. O julgamento foi conduzido pelos magistrados Andrés Olié, Daniel Sáez Zamora e Alejandra Ongaro.

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O caso ganhou grande notoriedade na Argentina, especialmente por se tratar de um casal LGBT+ e de ativistas pelo feminismo, ao ponto que obrigou a ministra das Mulheres, Gêneros e Diversidade, Ayelén Mazzina, a se manifestar sobre o caso. A política alegou que alas da sociedade se aproveitaram da morte de Dupuy para atacar o movimento feminista e que a dupla responsável pelo crime não pode ser considerada feminista, porque “o feminismo não permite em suas alas pessoas que maltratam, violam, são violentas ou assassinas”.

A fala da ministra se refere ao movimento de pessoas que pediam justiça pela criança, mas que em algum grau responsabilizaram o feminismo pelo crime. Isso porque o pai da criança, Christian Dupuy, tentava obter a guarda do menino desde os primeiros sinais de maus-tratos que encontrou em Lucio. A justiça argentina, no entanto, decidiu em favor da mãe.

O advogado da família Dupuy, inclusive, argumentou que se tratava de um crime de “ódio ao gênero” e que o casal teria assassinado a criança por ele ser menino. Antes da sentença, no entanto, o procurador responsável pelo caso, Máximo Paulucci, afirmou em entrevista a uma rádio argentina que as investigações não encontraram sinais de violência de gênero.

Espósito Valenti e Páez foram acusadas de abuso sexual, mas apenas a madrasta foi condenada por este crime. A família e os advogados do pai da criança questionam a decisão porque, de acordo com depoimento do avô do menino à imprensa, brinquedos sexuais analisados continham o DNA de ambas as mulheres.

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A influenciadora Valentina Ortiz, conhecida por falar de forma crítica sobre feminismo e questões de gênero, falou à Perfil na Argentina. Ela acompanhou o caso desde o início e afirma que “não foi levado em conta o interesse do menor, apenas da condição de mãe biológica“. De acordo com ela, esta é uma tendência em casos do mesmo tipo onde o gênero é o fator dominante. Ela narra que normalmente existe uma família paterna desesperada por conseguir a guarda, mas que acaba não sendo favorecida pela Justiça que prioriza a mãe biológica.

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