CENSURA?

O que está por trás da investida policial contra jornalistas na Índia?

O governo central de Nova Delhi alega que as medidas tomadas visam coibir uma suposta influência chinesa nos meios de comunicação

O que está por trás da investida policial contra jornalistas na Índia?
O jornalista Prabir Purkayastha (3º da esq. para a dir.) está entre os detidos (Crédito Foto: Reprodução/Montagem)

A polícia da Índia invadiu as casas de proeminentes jornalistas ligados a uma organização noticiosa de tendência à esquerda conhecida por examinar em minúcias o governo indiano, numa medida que grupos de comunicação social chamaram de ataque à liberdade de imprensa.

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Jornalistas estão sendo detidos em operações policiais executadas por Nova Delhi, onde o governo do Partido Bharatiya Janata (BJP) afirma querer contrapor a influência chinesa. Porém, grupos de defesa dos direitos da liberdade de imprensa dizem que se trata de mais repressão estatal.

Quarenta e seis pessoas foram interrogadas, dispositivos digitais e documentos foram apreendidos para exame como parte de uma investigação sob uma lei antiterrorismo, afirmou a polícia de Delhi em um breve comunicado após a operação na terça-feira.

Os profissionais interrogados incluem repórteres, editores e colaboradores ligados ao NewsClick, um site de notícias independente conhecido por críticas ferozes contra o governo do primeiro-ministro Narendra Modi.

Nesta quarta-feira (4), o Newsclick descreveu os ataques como uma “tentativa de calar e sufocar vozes independentes e destemidas que retratam a história da verdadeira Índia”.

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“Condenamos veementemente estas ações de um governo que se recusa a respeitar a independência jornalística e trata as críticas como sedição ou propaganda ‘anti-nacional’”, afirmou num comunicado publicado no seu site.

O site acrescentou que “não faz propaganda chinesa” e “não publica quaisquer notícias ou informações a pedido de qualquer entidade ou autoridade chinesa”.

A polícia disse também ter prendido o fundador e editor do veículo, Prabir Purkayastha, e um colega, Amit Chakravarty, e uma investigação está em andamento em conexão com a Lei de Atividades Ilícitas (Prevenção) da Índia, ou UAPA, uma lei antiterrorismo que os críticos descrevem como “draconiano” e torna quase impossível receber fiança.

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