
A organização de direitos humanos OVD-Info e o site de notícias independente Meduza fizeram um relatório conjunto quantificando como o movimento anti-guerra vem sendo rechaçado no país, com um arsenal de medidas de censura adotadas pelo governo da Rússia para silenciar opositores.
Segundo o relatório, “uma ditadura foi realmente instaurada na Rússia”, com ativistas e políticos independentes presos ou forçados ao exílio, processos contra cidadãos comuns que tentam se opor à invasão, concertos e exposições de artistas “não confiáveis” cancelados e a mídia independente censurada ou expulsa do país.
Segundo a organização, de 24 de fevereiro a 17 de agosto ocorreram pelo menos 16.437 prisões relacionadas a protestos contra a guerra iniciada pela Rússia. Além das prisões durante e após as manifestações, as autoridades do governo Putin também têm praticado detenções “preventivas” usando um sistema de reconhecimento facial, diz o relatório.
Ação do legislativo russo
Desde o início da guerra na Ucrânia, os deputados da Duma, o parlamento da Rússia, aprovaram 16 novas leis repressivas ou emendas a documentos existentes, de acordo com o levantamento da organização de direitos humanos.
Uma delas foi a que criminalizou o que o governo Putin chamou de “fake news” sobre a guerra, punindo jornalistas e cidadãos com até 15 anos de prisão.
Ela teve forte impacto sobre o jornalismo local e internacional. Muitas organizações de mídia estrangeiras fecharam escritórios na Rússia ou removeram seus correspondentes para evitar riscos de punições severas.
Prisões em massa na Praça Manezhnaya, Russia!
Vai faltar cela pra tanto Russo preso!pic.twitter.com/IF6H5UP3Bc
— Tancredo Eduardo (@tancredoeduardo) March 6, 2022