JOIAS DA REALEZA

Os segredos da Coroa Imperial que adorna o caixão da Rainha Elizabeth II

Coroa possui pedras preciosas que estão com a família real há quase 1000 anos, além de maior diamante já encontrado.

Coroa ficará sob o caixão da rainha até seu enterro (Créditos: Arthur Edwards – WPA Pool/Getty Images)

Com seus brilhantes, históricos e polêmicos diamantes, a Coroa Imperial do Estado será exposta durante os próximos 5 dias sobre o caixão da Rainha Elizabeth II, até o corpo da monarca ser enterrado. Na família real desde 1838, a ‘Imperial State Crown’ guarda um pedaço da história do mundo em si

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Elizabeth e sua coroa estão expostos dentro do Westminster Hall, em Londres, para visitação e despedida do público. O caixão está coberto pelo Estandarte Real, que representa 3 países do Reino Unido: A Inglaterra é representada pelos três leões, a Escócia pelo leão sob duas patas e a Irlanda pela arpa.

A icônica Coroa Imperial do Estado, roxa, ornamentada com pedras preciosas e ostentadora de uma enorme joia em seu centro, foi concedida à Elizabeth em 1953, quando ela assumiu o trono. O artefato tem sua origem em 1838, quando a Rainha Victoria se recusou a usar a Coroa de São Eduardo, feita de ouro maciço e pesando 2.2 kg, por ser muito pesada.

Muito mais leve que a antecessora, a Coroa Imperial do Estado pesa apenas 0.91kg. O peso é quase todo atribuído aos 2.868 diamantes, 273 perolas, 17 safiras, 11 esmeraldas e 5 rubis que acumula.

O gigante rubi no meio da Coroa é denominado “Rubi do Príncipe Negro’ e está sob posse da família real desde 1367, quando o Rei Eduardo de Woodstock a ganhou de presente de Pedro, o Cruel, rei da Espanha. Estima-se que a joia tenha sido minerada na região do Afeganistão durante a idade média.

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Abaixo do rubi estão os diamantes Cullinan I e Cullinan II, chamados de a Grande e a Segunda estrela da África. O Cullinan foi originalmente minerado na África do Sul, colônia britânica na época, em 1905 e foi o maior diamante já encontrado na história. Ele foi levado para Londres, onde foi comprado pelo governo da colônia de Transvaal (atual parte da África do Sul), que o deu de presente para o Rei Eduardo VII. Durante sua lapidação, foi dividido em 11 pedaços, com os dois maiores em destaque na coroa.

Na parte de cima da Coroa há uma cruz, onde a Rainha Victoria optou por guardar a Safira de Santo Eduardo, uma joia que está com a família real desde 1042.

Um dos pontos mais polêmicos da coroa é o diamante de Kohinoor. A pedra foi usada durante séculos por dinastias asiáticas como sinal de poder até 1849, quando os britânicos venceram os bengaleses na Índia e colonizaram a região. Maharaja Duleep Singh, sucessor do rei indiano, teve que assinar o tratado de rendição com apenas 11 anos e submeter o diamante aos invasores, que o enviaram de presente para a Rainha Victória.

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Kohinoor é constantemente reivindicado por indianos, paquistaneses e afegãos que clamam que a joia pertence a região por direito e, por ter sido obtida como um prêmio de guerra, seu uso pela família real relembra um passado colonialista e violento.

Apesar de tanto luxo, raramente a coroa foi realmente usada pela Rainha Elizabeth ou seus antecessores. Em seus 70 anos de reinado, a monarca usou o artefato apenas 60 vezes.

Enquanto não está em uso, a Coroa Imperial do Estado é exposta na Torre de Londres junto aos seus diamantes “desmontados”. Ela é tradicionalmente usada apenas para funerais e coroações.

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