A Amazon, uma das maiores empresas de tecnologia do mundo, anunciou uma mudança significativa em suas políticas de trabalho presencial. A partir de janeiro de 2025, todos os funcionários terão que retornar ao modelo de trabalho cinco dias por semana. A decisão foi comunicada pelo CEO Andy Jassy em uma mensagem aos funcionários nesta segunda-feira (16).
Jassy, que sempre demonstrou ceticismo em relação ao trabalho remoto, justificou a alteração afirmando que ela ajudará os funcionários a “inventar, colaborar e estarem conectados o suficiente uns com os outros”. Ele ressaltou que a cultura corporativa da Amazon, conhecida por sua intensidade e inovação, estava sendo prejudicada pelo trabalho flexível.
Qual o impacto da mudança na Amazon?
A alteração na política de trabalho remoto gerou tensão dentro da companhia. No ano passado, funcionários da sede em Seattle protestaram quando a empresa implementou mudanças na política de trabalho remoto iniciadas durante a pandemia de covid-19. A situação se agravou quando o organizador do protesto foi demitido, levando a alegações de retaliação injusta e uma disputa levada às autoridades trabalhistas.
Por que a Amazon está exigindo o trabalho presencial?
Andy Jassy expressou preocupações sobre a diluição da cultura corporativa da Amazon, conhecida por sua agilidade e abordagem semelhante a uma startup, apesar de seu enorme crescimento. Jassy anunciou a criação de um canal de feedback para que os funcionários pudessem reportar regras burocráticas desnecessárias e convidou os gerentes a supervisionarem mais diretamente suas equipes.
- Reorganização das equipes gerenciais.
- Possíveis cortes de empregos.
- Fim do sistema de hot-desking nos EUA.
Além disso, a Amazon afirmou que a possibilidade de trabalhar de casa será limitada a circunstâncias excepcionais, como doenças familiares ou emergências domésticas.
Como outras empresas estão lidando com o trabalho remoto?
A postura da Amazon contrasta com a abordagem de governos como o do Reino Unido, que está promovendo o trabalho flexível como um direito padrão desde o primeiro dia de emprego. Segundo Jonathan Reynolds, secretário de Estado para Negócios e Comércio do Reino Unido, há “benefícios econômicos reais” na promoção do trabalho remoto.
Estatísticas recentes mostram que, mesmo após o pico do trabalho remoto durante a pandemia, cerca de 12% dos funcionários em tempo integral nos EUA continuam trabalhando totalmente de forma remota, com outros 27% adotando políticas de trabalho híbrido. Nicholas Bloom, professor da Universidade de Stanford, indica que essa tendência tem se mantido estável.
Qual é a tendência global para o trabalho remoto?
Embora grandes empresas como a Amazon e o JP Morgan estejam exigindo maior presença no escritório, muitas outras estão expandindo políticas de trabalho remoto. Bloom acredita que, para cada empresa de grande visibilidade que cancela o home office, há outras que silenciosamente o ampliam. Assim, o debate sobre o modelo de trabalho ideal continua.
Empresas de diversos setores também estão adotando uma abordagem híbrida ou totalmente remota. Por exemplo, a Dell e a UPS estão chamando seus funcionários de volta ao escritório, mas muitas startups e empresas menores ainda veem vantagens no home office.
Com esta decisão, a Amazon reafirma sua postura rígida sobre o trabalho presencial, destacando a tensão contínua entre produtividade, cultura corporativa e flexibilidade no local de trabalho. Resta saber como essa mudança afetará a dinâmica interna da empresa e se outras grandes corporações seguirão o mesmo caminho.
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