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Renda média da Argentina em dólar é quase um terço da do Brasil

Estudo revelou que o faturamento médio Argentina não chega a US$ 200, enquanto no Brasil ultrapassa US$ 570 e no Uruguai é superior a US$ 800

dólar
Renda média em dólar argentina é menor que a brasileira – Créditos: Noticias Argentinas

A forte aceleração inflacionista dos últimos meses e a falta de recomposição dos rendimentos estão gerando a uma perda de poder de compra e um aprofundamento da pobreza na Argentina. É isso que revela um relatório da empresa Focus Market sobre como as economias se comparam com o dólar.

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Os dados mostram que a renda média, em dólares, do país vizinho não chega a 200. Este é o valor o que os aposentados ganham do mínimo com bônus incluso, e que está longe de suas despesas. Por exemplo, ontem foi divulgada a cesta específica para idosos, que já atingiu 700 mil pesos (equivalente a R$ 4079,45).

Renda média em dólar e a crise econômica

“Sem os argentinos que assumam o risco de investir suas poupanças, não há produção nem emprego. Sem emprego e sem um crescimento da produção é impossível melhorar a renda”, disse Damián Di Pace, da consultoria Focus Market, responsável pela pesquisa. 

O analista econômico descreve que a renda dos argentinos medida em dólares está próxima dos níveis de saída do regime de conversibilidade. Por seu lado, a inflação não deu trégua nos últimos 13 anos, e o salário acumulado perdeu acentuadamente valor perante à variação dos preços na economia.

“Ao analisar a renda média em dólares em termos comparativos com o resto dos países latino-americanos, podemos ver que a renda média na Argentina é de US$ 196 mensais (os valores nominais avaliados no dólar paralelo foram tomados como o metodologia). Em termos comparativos, no Brasil ou no Uruguai são US$ 574 e US$ 810, respectivamente”, diz a pesquisa.

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Entretanto, se considerarmos o setor mais rico da população, o rendimento base médio no país é de US$ 476 por mês. Mas, no caso do Chile, é de US$ 1.26 mil. No caso do Uruguai, quase dobra – chega a US$ 2.582, e no Brasil, que é o menos favorecido, atinge US$ 941. “Isso quer dizer que, em meio aos ajustes fiscais para evitar a crise, a Argentina está hoje nos níveis mais baixos em dólares em relação aos países da América Latina (a metodologia dada por cada instituto nacional de estatística de cada país em dólares oficiais)”, indica o estudo.

As diferenças de cada região

Outra questão que o estudo avalia é como a crise econômica afeta mensalmente a renda familiar média em dólar e per capita nas diferentes províncias.

Na cidade de Buenos Aires, a renda familiar média per capita é de US$ 213, seguida pela Terra do Fogo com US$ 203, Jujuy com US$ 155, e assim por diante. Todas estas províncias recebem rendimentos acima de US$ 100. No entanto, os números mais alarmantes ocorrem em províncias como Chubut, Corrientes e Formosa, que coexistem com US$ 59, US$ 69 e US$ 76 por mês, respectivamente.

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Ao avaliar a renda per capita diária nos diferentes cantos da Argentina, o estudo mostra que, a capital e a Terra do Fogo têm US$ 7,12 e US$ 6,78, respectivamente. Porém, províncias como Chaco e La Rioja vivem em média com US$ 1,97 e US$ 2,33, respectivamente.

Para encerrar a análise, o economista Damián Di Pace destaca que “nas últimas décadas, o Estado de bem-estar social subtraiu uma parte de todos os argentinos para dá-la a outra pequena parcela através da assistência social, deixando-os ainda mais pobres do que no ponto de partida. Por sua vez, o meio mais precioso de uma economia, como a moeda, foi destruído a tal ponto que o nosso país tem a maior variação anual de preços do mundo.”

*Matéria originalmente publicada (em espanhol) em Perfil

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