'INFRAÇÕES GRAVES'

CNJ afasta a ex-juíza da Lava Jato Gabriela Hardt; saiba mais

A medida faz parte da investigação do Conselho Nacional de Justiça (CNJ) sobre improbidades nos julgamentos dos indiciados pela operação

Após decisão do corregedor de Justiça, ministro Luís Felipe Salomão, a juíza federal Gabriela Hardt, integrante da Operação Lava Jato, foi afastada do exercícios de suas funções nesta segunda-feira (15).
Juíza substituiu Sergio Moro na Vara de Curitiba – Créditos: Gil Ferreira/Agência CNJ

Após decisão do corregedor de Justiça, ministro Luís Felipe Salomão, a juíza federal Gabriela Hardt, integrante da Operação Lava Jato, foi afastada do exercícios de suas funções nesta segunda-feira (15). A medida faz parte da investigação do Conselho Nacional de Justiça (CNJ) sobre improbidades nos julgamentos dos indiciados pela operação. Hardt assumiu a Vara de Curitiba, substituindo Sergio Moro.

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“Faz-se, portanto, inconcebível que a investigada possa prosseguir atuando, quando paira sobre ela a suspeita de que o seu atuar não seja o lídimo e imparcial agir a que se espera”, diz o parecer do corregedor. Além de Gabriela, foram suspensos os desembargadores do Tribunal Regional Federal da 4ª Região (TRF-4), Carlos Eduardo Thompson Flores Lenz e Loraci Flores de Lima, além do juiz federal Danilo Pereira Junior, responsável pela 13ª Vara, onde os casos remanescentes da operação estão.

Salomão também citou “infrações administrativas graves” e “fortes indícios de faltas disciplinares e violações a deveres funcionais da magistrada” na conduta da juíza.

Acordo de Hardt

Um dos principais pontos citados pelo corregedor foi o acordo homologado por Gabriela Hardt entre Ministério Público Federal (MPF), Petrobras e autoridades dos Estados Unidos, no qual R$ 3,5 bilhões em multas pagas pela estatal seriam destinados a um “Fundo Lava Jato”, que seria gerido por uma empresa privada.

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A decisão foi questionada pelo PT ao CNJ e eventualmente suspensa pelo ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Alexandre de Moraes. Salomão julgou os atos como “comissivos e omissivos singulares”, que “culminariam na destinação do dinheiro para fins privados”. Além disso, para criar o fundo, Hardt teria se baseado “em informações incompletas e informais, fornecidas até mesmo fora dos autos”.

Correição

Após mais de 30 reclamações sobre os procedimentos empregados na Operação Lava Jato, o corregedor Salomão instaurou, em setembro de 2023, uma investigação sobre a conduta dos magistrados no caso.

Um relatório preliminar apontou uma “gestão caótica” dos valores de acordos de leniência e delações premiadas. Há também a constatação de “um possível conluio” para que os valores pagos pela Petrobras ao exterior, resultados de acordos, voltassem às mãos dos envolvidos na Lava Jato, para uso exclusivo.

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Gabriela Hardt está sujeita às penalidades de Loman, que são administrativas. Porém, caso o CNJ decida compartilhar as infrações com o Ministério Público (MP), ela pode responder criminalmente.

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