REINFECÇÃO

Imunidade natural por covid-19 decai depois de 10 meses

Estudo demonstra que pessoas que já tiveram a doença tem 88% menos chances de hospitalização ou morte no caso de uma segunda infecção.

Imunidade natural por covid-19 decai depois de 10 meses
Estudo foi publicado no periódico científico The Lancet (Crédito: Christopher Furlong/ Getty Images)

Pessoas que já foram infectadas pelo vírus da Covid-19 têm 88% menos chances de hospitalização ou morte pela doença por pelo menos 10 meses. Os dados são de uma revisão de pesquisas publicada no periódico científico The Lancet.

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Sob responsabilidade de cientistas da Escola de Medicina da Universidade de Washington, nos Estados Unidos, a publicação também sugere que o nível de imunização e a duração da proteção contra o vírus, a doença sintomática e a doença grave são ao menos iguais ao que duas doses de imunizantes da Pfizer e da Moderna podem fornecer. As vacinas em questão funcionam por meio de RNA mensageiro. Esta comparação é válida apenas no que diz respeito às céas alfa, delta e Ômicron BA.1.

Até agora esta é considerada a pesquisa mais abrangente sobre a proteção a partir da imunidade natural por variantes do coronavírus e o seu decaimento com o passar do tempo. Foram revisados 65 estudos realizados em 19 países que compararam a redução do risco da Covid-19 entre pessoas não vacinadas com uma reinfecção e de não vacinadas que não tiveram uma infecção prévia até setembro de 2022.

Após a análise de 21 estudos da amostra, a proteção contra a reinfecção de uma variante pré-Ômicron atingiu 85% depois de um mês e decaiu para 79% depois de um período de 10 meses. Para a variante Ômicron BA.1 a taxa de proteção era de 74% depois de um mês, atingindo 36% depois de 10 meses.

A vacinação, portanto, continua sendo a maneira mais segura e eficaz de prevenção contra novas infecções pelo vírus. O autor principal da revisão, Stephen Lim, declarou em comunicado que “a aquisição de imunidade natural deve ser ponderada contra os riscos de doença grave e morte associados à infecção inicial”.

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A cientista e coautora do estudo, Caroline Stein, também afirmou que “as vacinas continuam a ser importantes para todos, a fim de proteger as populações de alto risco, como aqueles com mais de 60 anos de idade e aqueles com comorbidades. Isso também inclui populações que não foram infectadas anteriormente e grupos não vacinados, bem como aqueles que foram infectados ou receberam sua última dose de vacina há mais de seis meses.” 

A análise de cinco estudos mostraram que no caso de quadros graves da doença causada pela Covid-19 (hospitalização e morte) a proteção natural permaneceu alta por 10 meses se mantendo em 90% para a variante ancestral e para as cepas alfa e delta. Para a variante Ômicron BA.1 o índice se manteve em 88%.

Seis estudos sugerem que a imunidade se mantém mais baixa para infecções causadas por variantes pré-Ômicron, enquanto para os casos em que a infecção anterior foi da própria Ômicron a taxa de imunidade se manteve mais alta.

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Outro coautor da pesquisa, Hasan Nassereldine, ressalta que é preciso uma avaliação contínua da imunidade a partir da variante Ômicron e suas sublinhagens, “porque se estima que essas tenham infectado 46% da população global entre novembro de 2021 e junho de 2022”.

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