Em um comunicado nas redes sociais a família de Bruce Willis confirmou, nesta quinta-feira (16), que o ator sofre de demência frontotemporal (DFT). O ator já estava aposentado por um tempo por conta da doença. Em um primeiro momento, os médicos de Bruce acreditaram que ele estava apenas com afasia, um distúrbio de linguagem. Entretanto, a condição do ator progrediu e possibilitou um diagnóstico mais preciso.
Em entrevista ao g1, a médica neurologista, Helena Fussigera, informou que a DFT é uma doença neurodegenerativa, que faz com que a pessoa que sofre com ela tenha uma perda progressiva das funções cerebrais. A DFT afeta principalmente os lobos frontais e temporais laterais, prejudicando visivelmente o comportamento e linguagem dos pacientes, segundo a médica.
Quais são os sintomas?
A DFT possui diversos sintomas, que podem progredir ao longo do tempo. Os principais são: personalidade alterada, comportamento social prejudicado e dificuldade na regulação das próprias emoções e impulsos.
O neurologista Leonardo de Sousa Bernardes, especialista em neuro-oncologia do Hospital Albert Sabin, afirmou ao g1 que o paciente pode começar a apresentar delírios e inclusive sentir que está sendo perseguido. Os afetados pela doença podem oscilar entre os extremos, podendo ficar em extrema desinibição (comportamento que pode ser descrito como expansivo) ou desenvolverem uma apatia e depressão.
Entretanto, antes de diagnosticar um paciente, o médico precisa não só analisar os sintomas, mas também realizar exames complementares de imagem, como tomografia, ressonância e PET, inclusive para excluir outras hipóteses.
Existe cura?
A demência frontotemporal não possui cura. Segundo o neurologista, o tratamento da doença é feito apenas para tratar seus sintomas. “O principal é o tratamento sintomático e multidisciplinar (médicos, psicólogos, nutricionistas, fisioterapeutas, terapeutas ocupacionais e musicoterapeutas)”, afirma Bernardes.
A DFT possui um forte componente hereditário. “Apesar de a maioria das demências ser marcada por acúmulo de proteínas anormais no tecido cerebral, cada uma delas tem um tipo específico (ou mais de um) de proteína, sendo essa a marca da doença. A DFT também é uma demência mais rara, com um componente genético (hereditário) mais significativo que o Alzheimer, por exemplo”, explica a neurologista Helena Fussigera.
O comunicado da família
“Nossa família queria começar expressando nossa mais profunda gratidão pela incrível manifestação de amor, apoio e histórias maravilhosas que todos recebemos desde que compartilhamos o diagnóstico original de Bruce. Nesse espírito, queríamos dar a vocês uma atualização sobre nosso amado marido, pai e amigo, pois agora temos uma compreensão mais profunda do que ele está passando.
Desde que anunciamos o diagnóstico de afasia de Bruce na primavera de 2022, a sua condição progrediu e agora temos um diagnóstico mais específico: demência frontotemporal (conhecida como DTF). Infelizmente, os problemas de comunicação são apenas um sintoma da doença que Bruce enfrenta. Embora isso seja doloroso, é um alívio finalmente ter um diagnóstico claro.
Para ler nossa declaração completa e saber mais sobre esta doença, acesse o link em nossa biografia.
Em amor e gratidão
Damas de Willis/Moore
❤️”
Siga a gente no Google Notícias
Ver esta publicação no Instagram