nova estratégia

Joinville vai começar a usar bactéria wolbachia no combate à dengue

Prevê-se que os primeiros insetos Aedes aegypti infectados com a bactéria sejam liberados ainda neste mês de julho

O município de Joinville, em Santa Catarina, está se preparando para implementar uma inovadora estratégia no combate à dengue.
Expectativa é soltar os primeiros mosquitos ainda no mês de julho – Crédito: Flávio Carvalho/WMP Brasil/Fiocruz

O município de Joinville, em Santa Catarina, está se preparando para implementar uma inovadora estratégia no combate à dengue: a produção de mosquitos Aedes aegypti infectados com a bactéria wolbachia. Prevê-se que os primeiros mosquitos Wolbitos sejam liberados ainda neste mês de julho.

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Segundo a reportagem da Agência Brasil, a inauguração da Biofábrica do Método Wolbachia, realizada pela prefeitura nesta segunda-feira (1º), marcou o início de uma nova fase na luta contra as doenças transmitidas pelo Aedes aegypti. Equipamentos fornecidos pela Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) já estão sendo instalados para viabilizar a produção e liberação dos mosquitos geneticamente modificados.

A wolbachia, uma bactéria naturalmente presente em 60% dos insetos na natureza e não prejudicial aos seres humanos, impede o desenvolvimento dos vírus da dengue, zika, chikungunya e febre amarela urbana nos mosquitos. Ao serem liberados em Joinville, os wolbitos irão se reproduzir com os Aedes aegypti locais, gradualmente substituindo a população por uma que não transmite essas doenças.

“Nos últimos dez anos, este projeto amadureceu do ponto de vista científico e tecnológico e mostrou efetividade nos locais em que foi implantado, com uma redução significativa das arboviroses, notadamente a dengue. Isso ficou muito claro este ano, pois proporcionalmente Niterói teve um número bastante reduzido de casos de dengue, comparando com o Rio. O mesmo ocorreu em Petrolina e em Campo Grande, quando comparadas com as cidades do entorno”, explica Marco Krieger, vice-presidente de Produção e Inovação em Saúde da Fiocruz.

Além de Joinville, o projeto está em fase de implantação em Londrina e Foz do Iguaçu (PR), seguindo o sucesso alcançado em cidades como Rio de Janeiro, Niterói, Campo Grande, Belo Horizonte e Petrolina. Próximos passos incluem a expansão para Uberlândia, Presidente Prudente e Natal, fortalecendo a presença do método wolbachia como uma ferramenta global de controle das arboviroses.

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Desenvolvido inicialmente na Austrália, o método já está presente em mais de 20 cidades de 14 países, com resultados promissores. Na Austrália, por exemplo, houve uma redução impressionante de 96% nos casos de dengue após a implementação deste inovador método de controle populacional de mosquitos.

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