Foi a pesquisadora da Universidade de São Paulo (USP), Dra. Ester Sabino, quem coordenou os estudos para o sequenciamento completo do genoma do vírus monkeypox (MPXV), isolado do primeiro paciente com diagnóstico confirmado no Brasil. De acordo com a Dra. Ester, a Varíola dos Macacos é conhecida desde 1970 na África. O vírus adquiriu novas mutações e se estabeleceu na nossa espécie, em vários países. A transmissão se dá por contato de pele, não necessariamente por meio de relação sexual.
Devido a este desconhecimento da população a respeito da doença, muitos macacos estão sendo mortos em algumas regiões do Brasil por supostamente serem os causadores da doença. Dra. Ester logo derruba este mito: ” É um vírus de roedor que foi detectado em um macaco, por isso leva o nome. Mas o macaco é tão hospedeiro quanto nós e não tem culpa! A infecção se dá por contato entre humanos”, afirma.
Em seu Instagram, o jornalista André Trigueiro divulgou um apelo para evitar que mais bichos sejam mortos.
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Diante de uma nova doença, o alerta de especialistas: Há a necessidade, urgente, de campanhas informativas e de vacinas contra a varíola. Para a professora Soraya Smaili, farmacologista da Escola Paulista de Medicina da Unifesp, “o Governo Federal não pode cometer os mesmos erros da pandemia de Covid-19″.
De acordo com o governo, o processo de aquisição já está em andamento: a Opas (Organização Pan-Americana de Saúde) e a OMS (Organização Mundial de Saúde) vão destinar 50 mil doses da vacina contra a doença para o Brasil. Destas, 20 mil estão previstas para chegar em agosto e 30 mil apenas em setembro.
“Há quase dois meses, vários especialistas têm falado aqui no Brasil sobre a necessidade de prepararmos o ambiente porque a transmissão do vírus iria se acelerar em nosso País. Vários acadêmicos e pesquisadores têm falado e as autoridades não tomaram as providências. Isso não foi levado em consideração pelas autoridades”, avalia.
Com 2.293 casos confirmados de varíola dos macacos no Brasil, o Ministério da Saúde estabeleceu nível máximo de alerta para lidar com a transmissão do vírus.
Dra. Ester acredita que o Monkeypox não deve se espalhar de forma tão abrangente quanto o coronavírus, mas medidas precisam ser tomadas. “As pessoas precisam saber que doença é essa e as formas de proteção, que incluem distanciamento social e uso de máscara”, afirma.
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