A Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) decidiu pelo fim da obrigatoriedade do uso de máscaras em aviões e aeroportos. O uso foi instaurado em 2020 com o início da pandemia de coronavírus, suspenso em agosto de 2022, e voltou a ser exigido em novembro de 2022 depois de um novo aumento do número de casos.
A decisão desta quarta-feira (01) foi tomada por unanimidade entre os diretores a Agência após um pedido de análise do Conselho Federal de Medicina (CFM), baseado na revisão de estudos internacionais publicada na Cochrane Library, uma coleção de bancos de dados de medicina. O resultado da revisão foi que o uso das máscaras não teria impacto considerável, mas cientistas apontaram fragilidades no estudo.
Durante a reunião de votação o diretor-presidente da Anvisa, Antonio Barra Torres, relacionou o uso de máscaras ao de cintos de segurança. “O cinto de segurança salvo uma análise mais aprofundada gera benefício única e exclusivamente para quem o usa. Não usar o cinto de segurança normalmente não traz um risco para outrem, o risco principal é para quem usa ou não usa o cinto de segurança”, disse. Durante a fala, no entanto, ressaltou que apesar de ser um item de proteção individual, o cinto de segurança se tornou “praticamente indispensável” depois da comprovação de sua importância.
Barra Torres fez ainda uma ressalva: “A questão do uso da máscara é um pouco além, por que ela envolve a prevenção para terceiros. Então, quem usa máscara se protege mas também protege a terceiros”.
A Anvisa decidiu que medidas de proteção que não envolvem equipamentos de proteção individual (EPI) devem ser mantidas. Ainda é obrigatório o desembarque por fileiras, a limpeza interna dos aviões e os avisos sonoros que alertam sobre a necessidade de vacinação.
Apesar de todos terem concordado com o fim da obrigatoriedade do uso de máscaras em aviões e aeroportos, outra diretora, Meiruze Sousa Freitas, também incentivou que as pessoas continuem usando a proteção facial. “Algumas pessoas podem achar desconfortável usar uma máscara, especialmente em dias quentes e úmidos. Isso se deve em grande parte ao efeito da umidificação, mas esse é um incômodo pequeno em comparação com os benefícios que as máscaras oferecem”, disse.
A Organização Mundial da Saúde (OMS) ainda recomenda em suas orientações gerais que as máscaras sejam utilizadas em ambientes fechados ou mal ventilados.