
O presidente da República, Jair Bolsonaro (PL), ironizou nesta segunda-feira (23) a desistência do ex-governador de São Paulo, João Doria (PSDB), da candidatura à Presidência neste ano. Em seu Twitter, Bolsonaro disse que está “abrindo mão da disputa do cinturão dos pesos médios no UFC”. Logo em seguida, o presidente fez uma série de publicações sobre o investimento do governo federal em esporte, acesso a água e obras.
A desistência de Doria ao Planalto polariza ainda mais o cenário politico atual e aumenta as chances do pleito ser resolvido no primeiro turno, já que entre os candidatos da terceira via, o escolhido do PSDB era o que tinha melhor desempenho nas pesquisas eleitorais. É difícil afirmar quem herdará os 4% de intenções de voto de Doria, mas há alguns fatores que podem fornecer pistas valiosas.
O presidente do Conselho Científico do Ipespe, Antonio Lavareda, afirma que os votos até então direcionados a Doria serão distribuídos entre Lula (PT), Bolsonaro e Ciro Gomes (PDT). A candidata apontada como nome substituto de Doria, Simone Tebet (MDB), deve crescer apenas 1 ponto percentual nas pesquisas.
“Acho que, como era um contingente modesto o de volume de intenções de voto dele, naturalmente isso não tem impacto expressivo – ou seja, a redistribuição, migrando para mais de um candidato, não vai ter nenhum impacto expressivo”, analisa o especialista. Segundo Lavareda, embora o desempenho de Doria não o credencie a mudar o estágio de outros candidatos, o tucano pode ter um peso sobre o desenrolar da disputa.
“À medida que vão saindo Doria, Mandetta, Huck etc., vai aumentando naturalmente a possibilidade de que a bipolarização se acentue e a eleição possa vir a ser resolvida no primeiro turno. Isso é aritmético. Diminuindo o número de candidatos, aumentam as chances de isso ocorrer”, acrescenta Lavareda.
Pra onde vão os votos de Doria? Há 3 perspectivas diferentes para responder essa pergunta. Segue o fio… 🧵
— Felipe Nunes, PhD (@felipnunes) May 23, 2022